Frangos de Corte, Postura Comercial, Reprodutoras

A importância de realizar monitorias sanitárias no incubatório de aves

A avicultura brasileira se destaca pelo uso de tecnologia avançada, controle de qualidade e constante monitoramento microbiológico nas diversas etapas da produção. Entre essas etapas, os incubatórios de aves têm o papel fundamental de conectar diferentes origens de ovos embrionados e o destino das aves recém-nascidas em um mesmo ambiente.

O ambiente de contaminação nos incubatórios

A qualidade dos pintos de um dia é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório, que podem gerar condições ideais para a disseminação de patógenos, com consequentes perdas embrionárias e de pintinhos, má qualidade das aves e enfermidades que levarão a grandes prejuízos.

As bactérias de modo geral podem penetrar no ovo pelos poros em menos de 30 minutos após a postura. Esta penetração é facilitada nos primeiros minutos após a postura pela umidade e temperatura natural do ovo. Condições durante a incubação também (umidade e temperatura) favorecem o rápido aumento na população microbiana.

As fontes de contaminação em uma planta de incubação, além de ovos contaminados e penugem dos pintinhos, podem estar associadas a qualidade do ar e da água, fluxo de pessoas (funcionários e visitantes) e de veículos, presença de pragas (roedores e insetos), pássaros, remoção e tratamento de resíduos (biológicos, químicos e físicos) e higienização de ambientes e equipamentos.

Os incubatórios de aves e os nascedouros também são uma área de alto risco, pois fornecem condições de temperatura e umidade para muitos microrganismos sobreviverem e se reproduzirem.

Principais patógenos encontrados nos incubatórios de aves

Os principais patógenos a serem controlados no incubatório de aves, por ordem de importância quanto aos prejuízos que possam causar aos pintos de um dia, no que diz respeito à mortalidade embrionária, mortalidade ao nascer, aumento de refugos e mortalidade nas primeiras semanas de idade são: Escherichia coli, que serve como parâmetro quantitativo da contaminação bacteriana em um incubatório; Salmonella e Pseudomonas e fungos da espécie Aspergillus.

Pesquisas realizadas demostraram que 70% dos casos de onfalite e morte embrionária são causadas por Escherichia coli e quando estes embriões não morrem, os pintinhos apresentam má reabsorção do saco vitelino, não ganham peso e apresentam baixo desempenho.

O Aspergillus fumigatus é o fungo de maior importância que pode crescer em um ambiente de incubatório de aves. Existe uma associação entre a presença de grande número de colônias de Aspergillus fumigatus com o desenvolvimento de aspergilose clínica nos primeiros dias de vida do pintinho. No entanto, grande quantidade destes indica que há necessidade de uma melhor higienização dos ovos na granja ou no incubatório.

Um programa sanitário deve ser elaborado para minimizar os riscos relacionados as fontes de contaminação que prejudicam a qualidade dos produtos da “granja ao prato”, desde os ovos férteis até a carne servida a mesa do consumidor, pois afetam a saúde das aves e/ou a saúde pública, com ênfase especial aos microrganismos causadores de ETA (Enfermidades transmitidas por alimentos), como Salmonella spp, Escherichia coli, Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus e Clostridium sp.

O programa deve ser rotineiramente realizado e os resultados regularmente conferidos e interpretados usando processos-padrão contínuos de validação e monitoramento da população microbiológica.

Quais os fatores físicos responsáveis pelo desempenho de incubação?

Para que as aves possam expressar seu potencial genético e produtivo elas devem estar dentro de padrões de genética, nutrição, manejo, ambiente e microbiológico desde o primeiro dia de vida. A avaliação microbiológica qualitativa e quantitativa funciona como um termômetro dos processos relacionados as reprodutoras e as medidas de biosseguridade dos incubatórios. A fim de conferir se o programa sanitário adotado está sendo eficaz no controle destes microrganismos.

Entre os principais itens a ser monitorados nos incubatórios estão: qualidade dos ovos, limpeza do ambiente e equipamentos utilizados nos processos (carrinhos, bandejas de ovos, caixas de pintos, triturador), limpeza e fluxo de caminhões de transporte de ovos e pintos, qualidade da água, contaminação de ovos bicados, mecônio, pintos de 1 dia, vacinas de aves, mãos dos sexadores, troca de filtros, entre outros de acordo com a especificidade das plantas, sempre buscando cumprir as exigências sanitárias do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e legislações do mercado brasileiro e internacional.

A monitoria microbiológica pode ser realizada por meio de exposição de placas para contagem de colônias bacterianas e fúngicas, que provavelmente é a mais utilizada pelo seu equilíbrio entre eficiência, simplicidade e custos.

Outras análises utilizadas são: pesquisa de Salmonella spp. em swabs de superfícies; pesquisa de salmonellas e/ou outras bactérias em penugens, ovos bicados, mecônio e pintos de 1 dia; análise microbiológica de solução vacinal; análise bacteriológica e físico-química da água de abastecimento e água destilada; monitoramento e diagnóstico de enfermidades através de exames sorológicos, histopatológicos, biologia molecular; entre outras análises extras.

A formação de um histórico de dados ao longo dos meses e anos facilita entender os fatores ou variáveis que comprometem em maior ou menor grau a qualidade sanitária dos processos e das aves.

Análise de resultados e controle dos patógenos nos incubatórios

Ao analisar os resultados é possível agir na causa do problema em casos de amostras fora dos padrões de qualidade estabelecidos, como rever o manejo dos ovos na granja, melhorar o processo de desinfecção dos ovos na granja e/ou incubatório, verificar os procedimentos de sanitização de ambientes e equipamentos, avaliar a limpeza do sistema de climatização de aviários, controlar a qualidade da água, conferir a desinfecção em incubadoras e nascedouros, conforme o mapeamento das falhas encontradas.

Tão importantes quanto as análises microbiológicas, treinamentos regulares dos funcionários, a avaliação da qualidade dos ovos (AQO), embriodiagnóstico realizado por pessoas especializadas e checklists frequentes dos procedimentos de boas práticas de produção são monitorias sanitárias que garantem o sucesso do programa de biosseguridade, e consequentemente, a qualidade do produto final do incubatório de aves, os pintinhos de um dia.

Para saber mais continue acompanhando as postagens sobre o assunto no BLOG Painel da Avicultura da Zoetis.

Conheça nossas soluções de prevenção da colibacilose e salmonelose por meio das nossas nossas vacinas.

POULVAC® E COLI: https://www.zoetis.com.br/pesquisa-de-produtos/produtos/poulvac-e-coli.aspx

POULVAC® ST: https://www.zoetis.com.br/especies/aves/poulvac-st.aspx

Autora: Beatriz Silva Santos – Assistente técnica - Aves – Sudeste e Centro-oeste

 

Beatriz Silva Santos

PRECISA DE MAIS INFORMAÇÕES A RESPEITO DESSE TEMA?

Fale com a nossa equipe técnica!