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Entenda o impacto das Micoplasmoses na produção avícola.

A micoplasmose nas aves foi descrita pela primeira vez em 1905, na Inglaterra, pelo professor do Royal Veterinary College de Londres, Sydney Dodd, após diagnóstico em perus acometidos de problemas respiratórios. Inicialmente denominados Pneumoenterites Enzoóticas, quadros infecciosos em aves acometidas por micoplasmas são atualmente conhecidos como Sinusite infecciosa dos Perus, Doença Respiratória Crônica (DRC) das galinhas e Sinovite Infeciosa, entre outros. Ao longo das décadas seguintes, a Micoplasmose aviária continuou sendo descrita em perus e galinhas e sua importância tem crescido de forma acelerada, tanto devido às perdas econômicas decorrentes da queda na produção e qualidade dos ovos, como por conta dos impactos na taxa de eclosão de ovos férteis, condenações ao abate e mortalidade.

Conhecidos como um dos menores seres vivos de vida livre, os micoplasmas têm a capacidade de infectar humanos, animais e plantas. Em geral, as espécies de micoplasmas possuem hospedeiros específicos, apesar de haver a possibilidade de infecção em múltiplas espécies de animais. Dentre as 27 espécies conhecidas até o momento com capacidade de infectar aves, podemos destacar como as de maior interesse para a avicultura industrial o Mycoplasma gallisepticum (MG), Mycoplasma synoviae (MS), Mycoplasma meleagridis (MM) e Mycoplasma iowae (MI). As duas primeiras, em especial, são as espécies patogênicas de maior relevância para as aves de produção devido aos significativos impactos econômicos.

Os microrganismos do gênero Mycoplasma, que pertencem à classe dos Mollicutes, apresentam pleomorfismo que varia de acordo com as condições às quais são expostos. São de difícil cultivo em laboratório e quando preparados em meio de cultura, apresentam colônias em formato mamilar ou semelhante a um “ovo frito”, como podemos observar nas figuras abaixo:

Figura1
Figura2

A cadeia de transmissão da doença acontece da seguinte forma: aves doentes, portadores sãos e reservatórios são fontes de infecção, sendo galinhas e perus as espécies mais suscetíveis, principalmente as mais jovens. Secreções oronasais têm como porta de entrada justamente a via oronasal e contaminam as aves de forma horizontal, ou seja, pelo contato direto entre indivíduos doentes, ou pessoas e equipamentos carreando o microrganismo. Já a transmissão vertical se dá pela contaminação do ovo no trato reprodutivo das aves e constitui o principal meio de disseminação para o MG. Observa-se, geralmente, que pintinhos infectados verticalmente pelo ovo desenvolvem infecção em torno de 6 a 10 dias de idade. Já quando a transmissão é horizontal, percebe-se que são necessários um período de incubação de 15 a 21 dias.

De caráter normalmente crônico, as micoplasmoses têm predileção por alguns sítios de replicação como trato respiratório, articular, reprodutivo e até uro-genitário. Inflamação da traqueia e seios nasais são comuns nos casos de acometimento respiratório. As principais lesões macroscópicas observadas quando há infecções secundárias são aerossaculite, pericardite, perihepatite e salpingite. Esses quadros aumentam as condenações ao abate e, obviamente, impactam financeiramente o negócio.

O tratamento, independente do antibiótico utilizado, não é suficiente para eliminar a infecção pois, embora diminua a sintomatologia clínica e a transmissão vertical, não erradica os micoplasmas do plantel. As aves permanecem portadoras e podem ser fontes de infecção por meses. Vale ficar bem atento ao diagnóstico da doença porque  a resposta vacinal contra outros agentes é prejudicada em aves infectadas pelo micoplasma. As reações pós-vacinais tendem a ser exacerbadas nesses casos, o que diminui a eficácia das vacinas em questão, além de comprometer o desempenho produtivo das aves.

Monitoramento dos lotes, programa de vacinação assertivo, medidas de biosseguridade, eliminação de aves portadoras e aquisição de aves livres são medidas fundamentais e devem ser consideradas e aplicadas com objetivo de manter os planteis saudáveis e isentos dessa enfermidade.

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Autor:

Antônio NetoM.V Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Antonio Neto

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