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Ionóforo divalente: tudo o que você precisava saber

Há muitas décadas, os anticoccidianos vêm sendo a principal ferramenta para o controle efetivo da coccidiose na avicultura industrial.

Os anticoccidianos são classificados em dois grupos: os sintéticos (popularmente chamados de químicos) e ionóforos, que têm contribuído enormemente com as estratégias de controle desse parasita.

Os antibióticos ionóforos do grupo dos poliésteres são drogas obtidas pela fermentação de Streptomyces e outros fungos.

A palavra ionóforo vem do grego: iono = íon e foros = veículo, portador (transportar íons) e refere-se à ajuda que essas drogas dão aos íons, como Na+ e K+, para atravessarem a membrana celular do parasita (Eimeria).

O grupo de anticoccidianos ionóforos foi descoberto nas primeiras décadas do século passado originalmente como antibiótico. A propriedade anticoccidiana só foi identificada após o isolamento e caracterização da monensina.

Os ionóforos formam complexos lipossolúveis com cátions, dentre os quais K+, Na+, Ca++ e Mg++ são os mais importantes do ponto de vista biológico, pois podem facilitar o transporte desses íons pela membrana celular do parasita.

Esse mecanismo de transporte de cátions através da membrana celular rompe o equilíbrio iônico das células das Eimerias, obrigando-as a um consumo excessivo de energia que prejudica sua reprodução. Existe então um aumento da quantidade de líquido no interior da célula do parasita até chegar à “explosão” da estrutura celular e sua morte.

 

mecanismo de transporte de cátions

 

Todos os ionóforos utilizados comercialmente como anticoccidianos têm o mesmo mecanismo de ação, sendo sua afinidade por íons monovalentes. A única exceção é a lasalocida que além de ter afinidade por íons monovalentes, também permite o transporte de íons divalentes. Sendo assim, a lasalocida é o único anticoccidiano ionóforo com afinidade para formar complexos com cátions tanto divalentes quanto monovalentes. Ao formar esses complexos, ela constitui uma estrutura molecular bipolar lipossolúvel capaz de transportar livremente os cátions através das membranas celulares dos esporozoítos e dos merozoítos, modificando sua osmolaridade.

Dessa forma, a lasalocida reduz a possibilidade de desenvolvimento de resistência cruzada com os ionóforos monovalentes e torna-se uma excelente opção para programas de rotação, pois seu uso.

sequencia de seletividade ionica dos ionoforos

A estrutura química dos ionóforos monovalentes (salinomicina e narasina) é bastante semelhante, sendo inclusive difícil notar a diferença entre dois importantes ionóforos monovalentes como a salinomicina e a narasina. Por outro lado, a estrutura molecular da lasalocida é completamente diferente, indicando que existe uma singularidade molecular envolvendo a afinidade com cátions diferentes dos demais ionóforos monovalentes.

salinomicina narasina lasalocida

Confira nos anexos, as publicações técnico-científicas que demonstram os resultados da lasalocida e do decoquinato.

AST 1

https://www.zoetis.com.br/especies/aves/assets/teste-de-sensibilidade-aos-anticoccidianos-em-isolados-de-eimeria-acervulina-em-uma-empresa-de-mg.pdf

AST 2

https://www.zoetis.com.br/especies/aves/assets/teste-de-sensiblidade-aos-anticoccidianos-para-eimeria-maxima-de-granjas-no-estado-de-minas-gerais.pdf

AST 3

https://www.zoetis.com.br/_locale-assets/arquivos/aves/materiais-tecnicos/teste-de-sensibilidade-a-anticoccidianos-para-eimeria-maxima-em-granjas-do-estado-de-sao-paulo.pdf

AST 4

https://www.zoetis.com.br/_locale-assets/arquivos/aves/materiais-tecnicos/avatec_-rotecc_-cygro_-teste-de-sensibilidade-a-anticoccidianos-para-e-acervulina-em-granjas-no-estado-do-parana.pdf

Confira também um vídeo explicando a plataforma ROTECC, o jeito Zoetis de trazer solução personalizada na rotação de anticoccidianos.

Autor:

M.V. Dr. Eduardo Muniz – Gerente de Serviços Técnicos e Outcomes Research | Zoetis – Aves

Eduardo Muniz

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