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O Clostridium perfringens e sua importância na Saúde Pública

As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são patologias que podem ter origem microbiana, ocorrendo através de água e/ou alimentos contaminados, geralmente provenientes da falta de condições higiênico-sanitárias ideais. Existem mais de 250 tipos de DTA conhecidas no mundo, grande parte delas são causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e outros parasitas.  Segundo o Ministério da Saúde, dentre os possíveis patógenos associados às DTA, dez são considerados os mais frequentes no Brasil: Salmonella (35,0%), Escherichia coli (28,2%), Staphylococcus aureus (18,2%), Coliformes (6,8%), Bacillus cereus (6,0%), Shigella (3,4%), Rotavírus (3,0%), Clostridium perfringens (2,7%), Norovírus (2,6%) e vírus da Hepatite A (1,4%). Por conta disso, a segurança dos alimentos é de extrema importância à saúde da população, sendo necessária a implantação e intensificação de medidas de prevenção e controle em toda a cadeia produtiva.

Grande parte destes patógenos citados podem vir a contaminar os frangos de corte no momento do abate. Por isso, a adoção de processos altamente higiênicos é indispensável, principalmente em uma cadeia produtiva tão longa e complexa como é a produção avícola. São diversos pontos críticos e diferentes modos de contaminação: desde os microrganismos patogênicos que estão habitando as aves; também os microrganismos que podem estar instalados nas plantas de processamento, vindo a contaminar as carcaças durante o abate. Evitar a contaminação da ave durante sua criação e, em especial no beneficiamento nas plantas frigoríficas é papel fundamental para manter a saúde das aves e da população que consumirá o produto.

Devido às suas características metabólicas, normalmente o pH e a grande quantidade de oxigênio impedem o crescimento de Clostridium perfringens no intestino delgado das aves. Dessa maneira, para que a enterite necrótica se desenvolva são necessários fatores que provoquem um desequilíbrio e permitam a proliferação e a sua migração para essa porção do trato gastrintestinal.

O processo de criação das aves, é o segmento da cadeia que requer mais atenção quanto ao risco de contaminação das aves. Qualquer fator que induza ao estresse nos animais atrapalha esse equilíbrio da flora intestinal dos frangos de corte. Alguns desses fatores são:

  • Doenças imunossupressoras (doença de Gumboro, anemia infecciosa das galinhas, doença de Marek etc.);
  • Práticas de manejo inadequadas (alta densidade de aves/m², qualidade ruim da cama de aviário);
  • Micotoxinas;
  • Rações com altos níveis de fibras de baixa digestibilidade (aumentam a viscosidade da dieta, diminuindo a taxa de passagem do bolo alimentar e a digestão dos nutrientes),
  • Tamanho da partícula da ração;
  • A utilização de rações contendo altas concentrações de farinhas de origem animal (carne, ossos, penas e peixe, por exemplo);
  • Coccidiose;
  • A presença de insetos que funcionam como veiculadores, como o besouro “cascudinho” (Alphitobius diaperinus), nos aviários.

Todos estes fatores estão associados a um aumento no risco da enterite necrótica e favorecem a multiplicação do agente. A redução frequente no uso de antibióticos promotores de crescimento, assim com a diminuição do uso de anticoccidianos ionóforos para controle de coccidiose, têm levado a aumento do número de surtos de enterite necrótica, exigindo uma atenção cada vez maior por parte da indústria.

Os prejuízos causados pela enterite necrótica vão muito além das perdas zootécnicas e gastos com tratamentos medicamentosos para as aves. Quando se pensa nesta enfermidade como um caso de saúde pública, os danos são ainda maiores. Segundo dados do Economic Research Service, órgão federal estatístico do USDA (U.S. Department of Agriculture), os prejuízos anuais estimados por doenças transmitidas por alimentos (DTA), somente levando em conta os casos decorrentes de Clostridium perfringens, estão na ordem dos 2 bilhões de dólares. O número de casos, segundo as estimativas mais pessimistas, gira em torno de 2,5 milhões de pessoas acometidas por doenças alimentares, onde uma grande parcela dessa população necessita de hospitalização, e, em alguns casos mais severos, vem a óbito. Portanto, as doenças transmitidas por alimentos são uma ameaça muito ampla, tanto para a economia, quanto para a saúde humana e animal.

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Autor:

Antônio NetoM.V Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Antonio Neto

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