Biosseguridade, Frangos de Corte, Outras doenças

Prevenção e perspectivas de controle da enterite necrótica aviária

O controle da enterite necrótica é considerado um dos maiores desafios da avicultura atual. Uma nutrição adequada, controle de fatores imunossupressores, conjuntamente com a adoção de um eficiente programa de biosseguridade são essenciais para uma produção efetiva.

A enterite necrótica é uma doença que afeta diretamente a economia do mercado de aves, causada pela bactéria Clostridium perfringens. Tradicionalmente controlada por antibióticos adicionados na ração ou água das aves, seu tratamento é baseado no uso de antimicrobianos de amplo espectro, tais como, lincomicina, bacitracina de zinco, oxitetraciclinas, tartarato de tilosina, ionóforos e bacitracina metileno disalicilato. Esta última molécula é reconhecida como o melhor antimicrobiano voltado para problemas entéricos causados por microrganismos gram-positivos. Tem como farmacodinâmica a inibição da formação da parede celular e da síntese proteica. Esta alta especificidade em bactérias patogênicas, principalmente o Clostridium perfringens, faz com que não haja interferência na população bacteriana benéfica, e, consequentemente, uma melhoria da absorção dos nutrientes e da saúde intestinal como um todo.

O mercado tem exigido alternativas para prevenir esta doença, para que os antibióticos sejam cada vez menos utilizados no processo de crescimento das aves. Não existem vacinas para enterite necrótica comercialmente disponíveis para uso em frangos de corte, tipo de criação mais impactado pela enfermidade.

As pesquisas têm se baseado no uso da α-toxina (alfa-toxina) e NetB, as duas principais toxinas produzidas pelas cepas de Clostridium perfringens, principais antígenos da resposta imune. Os estudos estão avançados e os resultados têm se mostrado bastante promissores: a proteção humoral obtida após a vacinação experimental das aves tem fornecido a proteção necessária. Outro aspecto interessante observado é a transmissão dos anticorpos antitoxina (imunidade materna), protegendo os pintinhos até a 2ª semana de vida. A principal via de aplicação testada tem sido a administração via oral (água de bebida). Entretanto, a possibilidade de vacinação in ovo, possibilitaria a antecipação da proteção dos lotes de frangos de corte.

Enquanto a vacina não chega, o mercado está utilizando diversas táticas para combater a enterite necrótica. Podemos destacar o uso probióticos, prebióticos, simbióticos, ácidos orgânicos, extratos vegetais, óleos essenciais e enzimas. Cada um destes itens age de uma forma específica: seja na alimentação e crescimento de bactérias benéficas, como os prebióticos; ou na exclusão competitiva imposta pelos probióticos; na redução do pH e da viscosidade do conteúdo intestinal, respectivamente por ácidos e enzimas. Todas essas alternativas têm como objetivo principal a saúde intestinal das aves e, consequentemente, melhores resultados zootécnicos e econômicos.

Estas alternativas têm revelado bons resultados na redução dos principais patógenos do trato gastrintestinal, incluindo o Clostridium perfringens. Embora apresentem ainda uma eficácia menor quando comparadas aos antibióticos promotores de crescimento. Com as últimas proibições de uso de diversas drogas, impostas pelo Ministério da Agricultura (MAPA), o mercado brasileiro tem buscado se adequar às orientações internacionais de restrição total de todas as classes de antimicrobianos importantes na medicina humana.

Toda a discussão que envolve essa proibição tem movimentado diversos segmentos da agropecuária. Por parte das autoridades governamentais, por exemplo, programas específicos dentro do Ministério da Agricultura foram criados para regulamentação e fiscalização, ao mesmo tempo em que a indústria se une em busca de concessões e alternativas viáveis para manter o setor produtivo e competitivo.

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Autor:

Antônio NetoM.V Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Antonio Neto

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