Biosseguridade, Coccidiose, Frangos de Corte, Postura Comercial

Qual a relação dos anticoccidianos com o sistema de produção livre de antibióticos?

Tidos por alguns como um dos vilões na produção avícola, os antibióticos vêm sendo menos utilizados com o decorrer do tempo. Com isso, métodos alternativos vêm ganhando espaço e importância, como o papel dos anticoccidianos.

Essa transformação na criação já está sendo constatada nos Estados Unidos. Em 2019, por exemplo, mais da metade de todo frango produzido foi livre de antibióticos.

Ver gráfico abaixo:

Tabela de porcentagem de frangos de corte por tipo de programa

Fonte: Rennier Associates, Inc

 

No entanto, para que essas mudanças aconteçam e bons resultados sejam conquistados, antes, é necessário que haja planejamento. O próprio país norte-americano, que, dentro de cinco anos, saiu de aproximadamente 3% com criação livre de antibióticos para 58%, deve ser observado como uma referência para esse caso.

Agora, quando se fala em produção sem antibióticos, primeiro, há de se considerar dois modelos de criação: o sem antibióticos e o NAE (No Antibiotc Ever). Esse último é o que vem crescendo de forma mais acelerada nos Estados Unidos. No modelo NAE, não se utiliza droga alguma com ação antibiótica, incluindo algumas drogas anticoccidianas, como os ionóforos, que possuem alguma atividade antimicrobiana. Esses, por sua vez, estão sendo substituídos por anticoccidianos sintéticos, como o Decoquinato e a Nicarbazina.

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Os europeus sempre foram os líderes dessa discussão, e, há décadas, os antimicrobianos melhoradores de desempenho foram proibidos na Avicultura Europeia. No entanto, percebe-se uma expansão dessa corrente de restrição ao uso de determinados antimicrobianos tanto por determinação legal quanto por livre iniciativa de empresas produtoras de alimentos em outras partes do mundo.

Exemplo prático dessa tendência é a impressionante adesão e enorme crescimento das empresas americanas de aves ao que se denomina de produção “NAE” – No Antibiotic Ever, em que não se utiliza substância antimicrobiana na produção das aves. Esse sistema produz uma mudança tão radical na forma de produção que, inclusive, os ionóforos, utilizados como ferramentas de controle da coccidiose são restritos, pois eles também são classificados como antimicrobianos (antibióticos ionóforos) em função da sua produção por fermentação fúngica e atuação em algumas bactérias.

Com isso, as empresas norte-americanas “NAE”, além de utilizarem nenhum antibiótico, passam também a utilizar outras ferramentas para controle da coccidiose, como as vacinas e anticoccidianos sintéticos (sem atividade antimicrobiana). Essa transformação recente, em parte não desprezível da Avicultura americana (cerca de 50% de toda a produção), seria impensável décadas atrás e é um exemplo prático de como a opinião pública tem motivado as indústrias de aves a buscar formas alternativas para produzir alimentos.

Vale lembrar que esse modelo de produção não é consenso na maior Avicultura do mundo, a americana, e além das empresas que aderiram ao sistema “NAE”, existem outras modalidades de sistema de produção onde se mantém a possibilidade de utilizar todas as medicações para aves aprovadas pelo FDA, inclusive vários antimicrobianos. Existem também empresas que não utilizam os antibióticos de importância médica, determinados pelo FDA e aquelas que seguem as orientações da WHO (Organização Mundial da Saúde), e, portanto, utilizam apenas “antibióticos ionóforos”.

 

Nota: O mesmo assunto discutido nesta publicação do blog foi veiculado no site da Revista Rural. Confira nossa linha de produtos anticoccidianos

 

Autor:

Eduardo Muniz – Médico-Veterinário | Me. | Dr. | Gerente de Serviços Técnicos e Outcomes Research – Aves

Eduardo Muniz

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