Frangos de Corte, Postura Comercial, SAÚDE INTESTINAL

Colibacilose em aves: como uma vacina viva pode melhorar a integridade intestinal?

A funcionalidade do intestino das aves depende de uma microbiota formada por microorganismos de diversos gêneros. O uso de vacinas vivas bacterianas está disponível para o controle da colibacilose em aves e pode colaborar com a redução do uso de antibióticos.

Trabalhos demonstram que o uso dessas vacinas para aves resulta em melhor resultado zootécnico (Verdi et al., 2016). Nesse sentido, o time técnico da Zoetis desenvolveu um estudo para avaliar o impacto de uma vacina viva de Escherichia coli sobre a microbiota intestinal das aves.

Por meio de sequenciamento de nova geração, foi realizada a análise da diversidade da microbiota intestinal de aves mantidas em isoladores com água e alimentação ad libitum. Esta técnica permitiu a identificação de gêneros bacterianos que não são cultiváveis por técnicas clássicas de microbiologia.

O grupo controle (T1) foi composto por aves não vacinadas e o grupo (T2) foi composto por aves vacinadas ao 1º dia de vida, por via spray, com a Poulvac® E. coli, vacina viva comercial desenvolvida pela Zoetis e indicada para controle da colibacilose aviária em frangos de corte, reprodutoras e poedeiras comerciais. Foram coletadas 32 amostras de conteúdo cecal das aves em dois tempos diferentes de coleta (3 e 14 dias) e oito réplicas de cada grupo.

Para a execução dessa metodologia, foi amplificado um segmento de 250 bases da região hipervariável V4 do gene ribossomal 16S rRNA utilizando-se os primers universais 515F e 806R.

A partir destes amplificados foi construída a biblioteca metagenômica contendo os clones identificados com códigos de barras específicos para cada amostra que, em seguida, foram sequenciados no sequenciador “MiSeq” (Degnan & Ochman, 2012). As sequências foram classificadas em gêneros bacterianos através do reconhecimento de unidades taxonômicas operacionais (Yilmaz et al., 2013).

No total, foram identificados 472 gêneros bacterianos. Destes gêneros, 37 foram diferentes entre os grupos (P < 0.05) ao 3º dia de vida e 29 foram diferentes entre os tratamentos (P < 0.05) ao 14º dia (Figuras 1 e 2).

O resultado de maior destaque na microbiota das aves vacinadas foi a abundância de sequências do gênero Escherichia ao 3º dia, sendo este resultado significativamente maior quando comparado ao T1. Aos 14 dias, a contagem deste gênero diminuiu significativamente no grupo vacinado quando comparado ao T1.

Este resultado indica que a vacina foi detectada pelo sequenciamento embora não seja possível afirmar que a E. coli encontrada tratava-se da bactéria vacinal. Isto já era conhecido e esperado, como já foi publicado (La Ragione et al., 2013).

Outra variação muito significativa foi o aumento de lactobacillus na microbiota das aves vacinadas, tanto ao dia 3 como ao dia 14. Este gênero é conhecido pelos seus efeitos benéficos para o hospedeiro, devido a produção de ácido lático e de bacteriocinas (Farnworth, 2005).

Também foi observada neste trabalho uma diminuição da riqueza da comunidade bacteriana no grupo vacinado em todos os pontos de coleta. Isto era esperado devido ao fato de a vacina promover a seleção de gêneros específicos no intestino, como já foi observado no uso de prebióticos, por exemplo (Mesa et al., 2017).





Figuras 1 e 2: Gêneros bacterianos que apresentaram diferença significativa entre tratamentos ao dia 3 e 14. Média e desvio padrão da abundância dos gêneros pelo teste t de Welch (P < 0.05). Na Fig.1, em verde está o grupo controle (T1), em vermelho o grupo vacinado (T2). Na Fig. 2, em azul está o grupo controle (T1), em lilás o grupo vacinado (T2).

A vacinação afetou a composição da microbiota induzindo alterações significativas tanto no conjunto de bactérias quanto na avaliação dos gêneros bacterianos isolados. Entre os gêneros alterados após a vacinação esteve o lactobacillus, que frequentemente está associado com melhor resultado produtivo e integridade intestinal em aves.

Alterações na microbiota podem ser parte do mecanismo de ação vacinal, ao melhorar a resiliência contra patógenos locais, além de conferir uma possível melhora na integridade intestinal, justificando a performance superior de resultados zootécnicos em aves vacinadas com a Poulvac® E. coli.

Para saber mais, continue acompanhando as postagens sobre o assunto no blog Painel da Avicultura da Zoetis.

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POULVAC® E COLI: https://www.zoetis.com.br/pesquisa-de-produtos/produtos/poulvac-e-coli.aspx

Autor:

Gleidson SallesM.V. MSc Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Gleidson Salles

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