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Reovirose – Conheça as diferentes estratégias de imunização disponíveis

O Reovírus aviário pertence à família Reoviridae e ao gênero Orthoreovirus. O vírus é altamente contagioso, podendo ser disseminado em todo o ambiente de criação rapidamente. Algumas cepas podem ser transmitidas verticalmente, porém, a transmissão horizontal é a mais frequente.

O vírus pode entrar tanto pelo trato respiratório, digestivo ou por lesões na pele. Os quadros mais comuns associados à infecção de Reovírus nas aves são: artrite/tenossinovite; síndrome de má absorção e imunossupressão. As apresentações clínicas dependem de vários fatores, entre eles a cepa viral.

Em reprodutoras infectadas a transmissão vertical reduz com o avanço da idade, à medida que uma sólida resposta imune é estabelecida na ave. O Reovírus pode persistir no oviduto das matrizes por períodos mais longos do que em outros tecidos (pelo menos 258 dias), isso contribui com a possibilidade de transmissão vertical. 

As lesões articulares têm severidade aumentada em aves pesadas (galos reprodutores) entre 12-16 semanas de idade, devido ao maior esforço articular. A ruptura do tendão gastrocnêmio pode ocorrer associada a grandes hemorragias articulares, ocasionando a queda dos indicadores de fertilidade e atividade sexual.

Em estudo Brasileiro Reck et al., (2019) utilizando análises moleculares (PCR e RT-PCR) de lesões de artrite em matrizes, mostraram coinfecção de amostras positivas para M. synoviae e Reovírus. É importante, sempre, a realização de diagnóstico diferencial para ambas as doenças.

As vacinas comerciais vivas e inativadas passaram a ser disponibilizadas no final dos anos 70 e início dos anos 80.

A imunização ativa ocorre através da vacinação com cepas de Reovírus, atenuadas, aplicadas por via subcutânea. Atualmente, muitas empresas solicitam que as matrizes já venham vacinadas das casas genéticas com a primeira dose da vacina viva, objetivando uma imunização precoce.

A primeira cepa utilizada que conferiu a neutralização do agente in vitro foi a S1133 (VAN DER HEIDE; KALBAC; BRUSTOLON, 1983). Atualmente, quatro cepas (S1133, 1733, 2408 e 2177) são comercializadas para vacinação de lotes de aves contra o Reovírus. Todas as cepas vacinais pertencem ao cluster I (AYALEW et al., 2017; PALOMINO-TAPIA et al., 2018).

Os principais objetivos da vacinação nas reprodutoras são: prevenir a transmissão vertical, transmitir anticorpos para a progênie e prevenir a doença clínica. As cepas mais comuns presentes nas vacinas são: S1133 tanto em vacinas vivas como inativadas; 1733, 2177 e 2408 em vacinas inativadas.

Os programas de vacinação variam, podendo ser utilizada a aplicação de vacinas inativadas (1 ou 2 doses), apenas vacinas vivas, ou a combinação de ambas. Regiões de alto desafio podem utilizar a estratégia de hiper-imunização das matrizes com duas doses da vacina inativada para produzir e transferir altos níveis de anticorpos à progênie. A seguir, dois exemplos de imunização para matrizes:

 

Alguns fatores, tanto no desenho quanto na execução do programa vacinal das reprodutoras, bem como características das vacinas e tipo de adjuvantes utilizados, interferem diretamente na intensidade da resposta imune que será gerada nas matrizes. Por consequência, tais fatores interferem na proteção contra Reovirose na progênie.

Com os recentes avanços de sequenciamento completo do genoma, é possível obter os melhores insights sobre as cepas circulantes de Reovírus em cada integração, o que contribui para o desenvolvimento de estratégias eficientes de proteção contra a doença.

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Autor:

Josias Rodrigo Vogt – Assistente Técnico | Zoetis – Aves

Josias Rodrigo Vogt

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