Cães, Imunização

Parvovírus canino tipo 2c (CPV-2c): como a Vanguard® pode proteger o animal.

O parvovírus canino tipo 2 (CPV-2) é um importante patógeno para os cães domésticos. Causa gastroenterite aguda grave e, mais raramente, miocardite fatal em cães jovens. Desde o início dos anos 1980, diversas mutações ocorreram no CPV-2, resultando nos tipos antigênicos mais recentes CPV-2a, CPV-2b e CPV-2c. Acredita-se que uma melhor ligação ao receptor levou à seleção desses mutantes.

O objetivo do estudo a seguir foi demonstrar que a cepa viva atenuada de CPV NL-35-D contida nas vacinas Vanguard Plus, Vanguard HTLP e Vanguard 7 é capaz de ajudar a proteger cães jovens contra um desafio com uma cepa de campo mais recente de CPV-2c virulenta (estudo Zoetis número 9161R-10-06- 209).

Métodos:

De acordo com a monografia da Farmacopeia Europeia, foram usados sete cães da raça beagle, puros, com 8 a 9 semanas de idade, Specific Pathogen Free (SPF). O estudo foi delineado como estudo laboratorial controlado, randomizado, com dois grupos de dois ou cinco cães machos ou fêmeas. O grupo 1, composto por dois cães, (um macho e uma fêmea), foi vacinado 2 vezes com água estéril (controle) com intervalo de 3 semanas, nos Dias 0 e 21. O Grupo 2, contendo cinco cães (dois machos e três fêmeas), foi vacinado duas vezes com Vanguard®7 (que contém a mesma cepa de CPV que as vacinas Vanguard Plus e Vanguard HTLP), com intervalo de três semanas, nos Dias 0 e 21. Três semanas após a segunda vacinação, no Dia 42, ambos os grupos foram desafiados por via oral com a cepa de campo de CPV-2c alemã virulenta CPV-7/97 (105 TCID50 por dose). Foram coletadas amostras de sangue para sorologia por testes de inibição de hemaglutinação (HI) oito dias antes da primeira vacinação (Dia -8), no dia da segunda vacinação (Dia 21), no dia do desafio (Dia 42) e ao término do estudo (Dia 56). As amostras do Dia 42 também foram analisadas por soroneutralização para determinação de anticorpos neutralizantes contra CPV-2c. Os pesos corporais foram determinados oito dias antes da primeira vacinação (Dia 8), no dia da primeira vacinação (Dia 0) e ao término do estudo (Dia 56). As observações clínicas, incluindo temperaturas retais, foram registradas, diariamente, desde o dia da primeira vacinação (Dia 0) até o fim do estudo, 14 dias após o desafio (Dia 56). As avaliações do local da injeção foram realizadas em todos os animais vacinados, desde o dia da primeira vacinação (Dia 0) até o desafio (Dia 42). A vermelhidão foi classificada numa escala de 1 a 4; inchaço, numa escala de 1 a 5; ardor, numa escala de 1 a 3; e dor, numa escala de 1 a 2. As contagens de leucócitos foram realizadas três vezes antes do desafio, nos Dias 38, 40 e 42, e diversas vezes após o desafio, nos Dias 45, 47, 49, 52 e 56. Amostras fecais individuais foram coletadas diariamente, desde o dia do desafio até o fim do estudo, e analisadas pelo teste de hemaglutinação. Todos os procedimentos experimentais foram conduzidos em conformidade com a legislação alemã relevante e eticamente revisados.

Resultados

Sorologia

Todos os sete animais do estudo eram soronegativos. Após a segunda vacinação e desafio, os títulos de HI nos animais vacinados permaneceram altos, em níveis acima de 320. Os animais do grupo controle apresentaram títulos de 20 a 40 até o Dia 42, confirmando a ausência de exposição ao CPV antes do desafio. Os títulos de anticorpos neutralizantes, para o grupo vacinado, variaram entre 320 a 640 contra o CPV-2c.

Pesos corporais

O peso corporal de todos os animais aumentou durante a semana anterior à vacinação, o que é coerente com o crescimento normal nessa idade (Tabela 2). Ao fim do estudo, 56 dias após a primeira vacinação, os animais vacinados tinham mais que dobrado seu peso corporal, sugerindo que seu desenvolvimento não foi afetado pelo desafio com CPV-2c virulento.

Observações clínicas e temperatura retal

Após a vacinação, nenhum dos animais vacinados apresentou reação no local da injeção (vermelhidão, ardor, dor e/ou inchaço). Os animais controle e os vacinados também não apresentaram nenhuma anormalidade na saúde após a administração de água para injeção ou Vanguard®7, respectivamente. Depois do desafio, no Dia 42, os animais do grupo controle apresentaram sinais clínicos classicamente associados com o parvovírus.

Os sinais tiveram início quatro dias após o desafio. Devido a esses sinais clínicos, os animais controle foram retirados do estudo sete e nove dias após o desafio (Dias 49 e 51), respectivamente. Em contraste, os animais vacinados não apresentaram nenhum sinal clínico anormal após o desafio. No pré-estudo e após a administração de água para injeção ou Vanguard®7, as temperaturas retais de todos os animais oscilaram dentro dos limites normais, variando entre 100,22°F e 102,74°F (37,90°C e 39,30°C) (Gráficos 1 e 2). Após o desafio, as temperaturas retais de todos os animais permaneceram normais por três dias (Gráficos 1 e 2). Quatro dias após o desafio (Dia 46), foi observada pirexia nos animais controle, com temperaturas >103,1°F (39,50°C) por um dia. As temperaturas retais dos animais controle tornaram a cair em seguida abaixo de 102,92°F (39,40°C). Um animal controle apresentou um segundo aumento da temperatura retal oito dias após o desafio (Dia 50). Já as temperaturas retais de todos os animais vacinados permaneceram entre 100,94°F (38,30°C) e 102,56°F (39,20°C) até a conclusão do estudo, 14 dias após o desafio.

Contagens de leucócitos

As contagens individuais de leucócitos após o desafio, dos cães do grupo vacinado, variaram de 75% a 110%, em comparação com as contagens médias individuais pré-desafio, calculadas com base nos valores dos Dias 38, 40 e 42 (Tabela 3). Em contraste, ambos os cães do grupo controle mostraram um aumento nas contagens de leucócitos para >154% três dias após o desafio (Dia 45), seguido por um declínio para ≤65% no Dia 47 e 22% no Dia 49.

Excreção do CPV nas fezes

Após o desafio, os títulos de hemaglutinação para CPV detectados nas amostras fecais individuais de cães do grupo vacinado foram sempre iguais ou menores que 160 (Gráfico 3). Os dois cães do grupo controle, porém, apresentaram pico de excreção viral quatro dias após o desafio (Dia 46), com títulos de hemaglutinação de 16.2240 e 81.120, respectivamente.

Conclusão

Com base neste estudo, pode-se concluir que a vacinação com Vanguard®7, que contém a mesma cepa de CPV que as vacinas Vanguard Plus e Vanguard HTLP, ajuda a proteger os cães contra a infecção virulenta por CPV-2c. Todos os cães vacinados desenvolveram títulos anti-CPV-2 bem acima do nível protetor de 80 após a vacinação. Os pesos corporais mais que dobraram nos animais vacinados durante o estudo, apesar do desafio virulento com CPV-2c. Os animais vacinados não apresentaram nenhum sinal clínico anormal ou pirexia, seja após a vacinação ou após o desafio com CPV-2c. As contagens de leucócitos dos animais vacinados não baixaram de modo significativo após o desafio. A excreção viral nas fezes foi reduzida com a vacinação. Portanto, ficou demonstrado que as vacinas Vanguard podem serem usadas para ajudar a proteger os cães contra a infecção por CPV-2c.

Confira o estudo completo e as referências bibliográficas no link clique aqui.

Atenção: O conteúdo deste site é destinado exclusivamente a médicos- veterinários, profissionais qualificados para avaliar e atestar a saúde de cães e gatos durante o processo de imunização. Se você não é um médico-veterinário, procure as informações com o profissional de sua confiança.

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