Cães

Dúvidas Frequentes Sobre Giardíase Canina

A giardíase é uma das principais doenças intestinais que afeta os cães. Esta enfermidade é causada por um protozoário por meio de ingestão acidental de cistos presentes nas fezes, alimentos e na água contaminada. Alguns veterinários podem ter dificuldades no diagnóstico, pensando nisso, selecionamos cinco dúvidas frequentes para que a identificação da doença não seja complexa.

Solucionando as questões:

1) Encontrei cistos em um animal com diarreia. Posso dizer que a causa da diarreia é a Giardia?

Não. A maioria dos animais infectados pela Giardia é assintomática. Por isso, encontrar os cistos em um animal com diarreia ou vômito, por exemplo, não necessariamente significa que a causa dos sintomas seja a infecção pelo protozoário. Outras causas de diarreia aguda ou crônica devem ser consideradas no diagnóstico diferencial, tais como infecção por helmintos ou outros protozoários, doença intestinal inflamatória, intolerância alimentar, neoplasias intestinais, entre outras. Obviamente, a resposta ao tratamento com avaliação concomitante da eliminação de cistos pode indicar se a infecção era ou não responsável pelos sintomas.

2) Um animal com 3+++ de cistos de Giardia no exame de fezes tem giardíase mais grave que um animal com 1+?

Não necessariamente. A gradação da quantidade de cistos nas fezes é feita pelo analista de laboratório com base na amostra recebida. Contudo, a excreção de cistos oscila com o tempo em um mesmo animal. Ou seja, há dias em que se pode encontrar mais cistos que em outros. Além disso, dentro do mesmo bolo fecal, há diferenças nas quantidades de cistos por região (interna ou externa, por exemplo). Dependendo de como a amostra foi colhida pelo tutor e/ou homogeneizada no laboratório, pode haver variação na taxa de detecção pelo exame. Sendo assim, a interpretação de 1+, 2++ ou 3+++ no exame deve indicar simplesmente infecção, não sendo recomendável relacionar a gradação de cistos com a gravidade do quadro clínico ou carga parasitária no intestino delgado. Da mesma forma, a gradação não deve servir como forma de monitorar a resposta ao tratamento. Por exemplo, um animal com 3+++ antes do tratamento e 1+ após deve ser considerado ainda infectado, ou seja, o tratamento não foi eficaz.

3) Posso descartar giardíase com apenas 1 único exame coproparasitológico?

Não. Como a eliminação de cistos é intermitente, é possível obter resultados falso-negativos com 1 única amostra. Várias referências apontam a necessidade de colher mais de 1 amostra dentro de períodos variáveis para o diagnóstico. A recomendação mais atual é que sejam colhidas pelo menos 3 amostras dentro do intervalo de 1 semana. Em um estudo com amostras colhidas em dias consecutivos, a sensibilidade diagnóstica de um único exame foi de 72%, de 2 exames foi de 94% e de 3 exames 100%. Quando os exames são feitos de forma consecutiva, não se recomenda que as amostras fiquem armazenadas pelo tutor sob refrigeração para que todas elas sejam enviadas ao laboratório ao mesmo tempo, pois pode haver alteração de estrutura dos cistos, dificultando o diagnóstico. Cada amostra deve ser remetida ao laboratório no dia em que foi colhida o mais rapidamente possível. Independentemente do intervalo exato entre colheitas, é importante ter em mente a necessidade de exames pareados para o diagnóstico.

4) Quem é melhor para o diagnóstico: exame coproparasitológico ou teste para pesquisa de antígenos de Giardia?

Depende da finalidade do exame. Se a preocupação for exclusivamente a infecção pela Giardia, os testes para pesquisa de antígeno possuem sensibilidade diagnóstica mais elevada, em geral superior a 90% e, na dependência do teste, muito perto de 100%; a especificidade também é próxima de 100%. Contudo, o teste para pesquisa de antígenos não é capaz de detectar outros parasitas intestinais, tais como Ancylostoma, Toxocara, Toxascaris, Trichuris, Cystoisospora, entre muitos outros. Assim, o coproparasitológico é mais completo em termos de possibilidade de detecção de parasitas, embora tenha sensibilidade menor para giardíase que os testes de antígenos quando apenas 1 amostra de fezes é analisada. Como parasitismo (de forma geral) é importante como causa de diarreia, o exame coproparasitológico deve ser feito sempre que possível, com a pesquisa de antígenos sendo empregada para reforçar a pesquisa de Giardia nos casos de elevada suspeição clínica.

5) Quando devemos fazer exames de fezes ou teste para pesquisa de antígenos para o controle de cura da giardíase?

Um animal tratado pode eliminar cistos, trofozoítos ou seus fragmentos durante o tratamento ou por alguns dias após o tratamento. O período exato durante o qual essa eliminação ocorre, em particular dos antígenos de Giardia, não é conhecido. No entanto, como o período pré-patente de Giardia (tempo entre a ingestão de cistos e a eliminação de cistos novos nas fezes) pode ser tão curto quanto 4 dias no cão (4 a 12 dias, com média de 8 dias), recomenda-se fazer os exames para controle de tratamento nos primeiros dias após o seu término. Por exemplo, se um exame coproparasitológico controle for feito 10 dias após o fim do tratamento e o resultado for positivo, será impossível dizer se o tratamento efetivamente falhou ou se houve reinfecção dentro destes 10 dias.
Uma recomendação razoável com base no ciclo do parasita seria fazer o controle antes de 4 dias, pois, em teoria, não haveria tempo hábil para um cisto ambiental ingerido provocar uma nova infecção e, por conseguinte, cistos novos nas fezes (Figura 1). O número exato de exames coproparasitológicos ou testes de antígenos para controle de cura após tratamento não foi cientificamente determinado. Todavia, considerando-se que o tratamento deve reduzir ao menos parcialmente a quantidade de parasitas no intestino delgado e que, antes do tratamento (quando a carga parasitária é teoricamente maior), são necessários exames pareados devido à excreção intermitente dos cistos, imagina-se que um único exame não seja suficiente para avaliar a eficácia do tratamento.
Neste tipo de situação, não se sabe se a realização de 3 exames coproparasitológicos seria suficiente; também se desconhece por quanto tempo os antígenos de parasitas mortos podem ser detectados nas fezes. A despeito dessas dúvidas, exames controles devem ser sempre conduzidos logo após o tratamento, relacionando-se os seus resultados ao quadro clínico do animal.

Figura 1 – Abordagem diagnóstica para avaliação do tratamento contra a giardíase canina. Como o tempo entre infecção e eliminação de cistos (período pré-patente) pode ser tão curto quanto 4 dias, recomenda-se fazer os exames coproparasitológicos imediatamente após o fim do tratamento, para que se elimine a possibilidade de diagnosticas infecções adquiridas após o tratamento.1

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    as zoonoses.

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    (internações e medicações) nos casos de comprovação de falha das
    vacinas participantes do programa utilizadas conforme a bula.**

* Entende-se a ausência de resposta esperada à vacinação de um indivíduo, em comparação ao proposto na bula das vacinas.
** O valor limite para reembolso é de R$ 2.000,00 conforme regulamento do programa disponível no site www.zoetis.com.br/programa-protecao-garantida

Atenção: O conteúdo deste site é destinado exclusivamente a médicos-veterinários, profissionais qualificados para avaliar e atestar a saúde de cães e gatos durante o processo de imunização. Se você não é um médico-veterinário, procure as informações com o profissional de sua confiança.

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