Brasil

Circovírus Suíno tipo 2

A DOENÇA

O Circovírus Tipo 2 (PCV 2) é o agente responsável pelo desencadeamento de doença que se manifesta de diversas formas clínicas, dentre elas a Síndrome da Dermatite- Nefropatia (SDN) e a Síndrome do Definhamento Multissistêmica (SMD).  O vírus circula por todas as fases de produção, causando prejuízos bastante significativos. Por ser um dos menores vírus que contaminam os suínos, e por ser altamente resistente no ambiente, ele pode permanecer viável por um longo período de tempo nas instalações.  Estas características de resistência, somadas a uma alta carga viral eliminada pelos animais infectados, são os motivos que fazem esta doença estar disseminada por todo o mundo onde a produção de suínos é praticada.

PANORAMA BRASILEIRO

No Brasil o vírus começou a ganhar importância a partir dos surtos que ocorreram no inicio dos anos 2000. O sintoma predominante neste período foi a Síndrome de Refugagem Multissistêmica (SRM).  Foi desde então constatado que a circovirose tem origem multifatorial, ou seja, é necessária a presença do vírus e de fatores estressantes para desencadear a sua atuação. O gatilho para a manifestação do vírus ainda está sendo estudado, mas sabe-se que fatores regulados por estresse de manejos e doenças concomitantes como Mycoplasma hyopneumoniae e Influenza, aumentam a manifestação do vírus. Desta forma, melhorias em manejos e controle de doenças presentes no sistema de produção têm um efeito muito positivo no controle da circulação do vírus.

COMO PREVENIR

Ainda no inicio dos surtos relacionados ao circovírus, foram estudados e sugeridos por François Madec melhorias em pontos críticos de manejos. Estas orientações ficaram conhecidas como “Pontos de Madec”, e ainda hoje, são uma ferramenta importante no auxilio para o controle do vírus, junto com a adoção da vacinação contra o circovírus.

 

Atualmente a adoção de programas de vacinação contra circovírus em leitões é uma realidade consolidada e amplamente adotada no Brasil. É neste cenário que a infecção subclínica pelo PCV 2 tem ganhado maior importância, pois a interação do PCV 2 com outros agentes patogênicos, têm potencializado a manifestação das doenças  por eles causados, aumentando os custos de produção e subtraindo sensivelmente dos ganhos zootécnicos.  

 

Visando uma melhora da resposta imune contra o PCV 2, os protocolos de vacinação têm levado em conta o grau de interferência dos anticorpos maternos que podem  impactar na qualidade da imunização dos leitões. Os anticorpos maternos provenientes do colostro da matriz podem interagir com uma fração importante dos antígenos vacinais no momento da vacinação, reduzindo a resposta imunológica dos leitões. Nestes casos suspeitos exames laboratoriais de suporte ajudam a direcionar para o melhor protocolo a ser adotado pela granja, minimizando a possibilidade desta interação. A técnica de eleição para a titulação dos anticorpos maternos é a Imunoperoxidase em Monocamada (IPMA), medidas a partir do soro de leitões na idade de vacinação.

 

O controle da circovirose integrando manejos, vacinas e adequados protocolos de vacinação, tem um efeito extremamente positivo na produção da granja por reduzir o impacto da doença e seus desdobramentos.  Este conjunto de medidas comprovadamente melhora o ganho de peso médio, índice de conversão alimentar, reduz a mortalidade, o uso de medicamentos e a taxa de refugagem; o que aumenta a quantidade de animais de valor total entregues no frigorífico.  O retorno proporcionado pela adequada vacinação permite a produção atingir os seus objetivos otimizando investimentos e entregando mais carne ao frigorífico.