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Entenda por que o descarte antecipado não é a melhor decisão para seu rebanho

A lucratividade de um rebanho leiteiro depende de uma sequência de lactações com alta produtividade, extraindo o potencial máximo dos animais. E essas lactações dependem de inúmeros fatores: desde o potencial genético até a saúde do úbere.

É fato no entanto que, com a idade, as vacas passam a produzir menos e a ter menor fertilidade, impactando a lucratividade pela queda na receita e aumento dos custos para manter um animal pouco produtivo no rebanho. A solução é o descarte e a reposição dessas vacas por novilhas.

Mas qual é o momento ideal de descarte para o melhor custo-benefício ao produtor? O descarte inadequado pode impactar a produtividade do rebanho?

Os rebanhos brasileiros são, de maneira geral, jovens, ou seja, descartamos as vacas muito cedo. Muitas vezes isso acontece porque a expectativa de produtividade não é atingida e a solução automática é a substituição por um novo animal. Mas essa atitude de descarte precoce pode trazer consequências ao rebanho no médio prazo.

Pesquisas realizadas nos EUA pela Zoetis mostraram que a produção de leite de vacas primíparas - ou seja, em primeira lactação - é 15% menor que a de vacas em segunda lactação e 25% menor que a de vacas em terceira lactação1.

Isso significa que, ainda que a novilha de reposição supere no futuro a vaca que está descartada, a produção de leite no curto prazo se reduzirá.

Em um outro estudo feito pela Zoetis e a consultoria Compeer Financial, também nos EUA, verificou-se que o custo de reposição é um dos grandes fatores que impactam na lucratividade de rebanhos leiteiros. Ter domínio deste custo é um dos segredos para se obter boa rentabilidade e isso depende de fatores como: eficiência reprodutiva do rebanho, custo de criação de bezerras, custo da novilha, receita obtida com o descarte precoce e diferencial de produtividade entre animais jovens e mais velhos.

Por conta dessa perda de produtividade e do alto custo de criação de novilhas, o produtor deve achar o ponto de equilíbrio nas taxas de reposição de seu rebanho, mantendo um rebanho com animais mais maduros, porém produtivos. Uma das formas mais óbvias de fazer isso é investir em práticas adequadas de manejo e sanidade do rebanho, evitando doenças que comprometam as gestações e a produção de leite, que estão entre as principais causas de descarte involuntário.

Uma outra vertente a ser trabalhada consiste na adoção de ferramentas que possam identificar animais de alto potencial genético o mais rápido possível, como é o caso da avaliação genômica. Através dessas ferramentas, o produtor pode direcionar seus investimentos em bezerras que realmente trarão retorno econômico quando adultas, vendendo as demais que não atendem a esse requisito. Dessa forma otimiza-se o custo com criação de bezerras/novilhas, e os animais de genética superior, que passaram por boas práticas de criação desde o nascimento, tendem a se manter lucrativos no rebanho por mais tempo, diminuindo as necessidades de reposição.

Os investimentos feitos nas fases de cria e recria só trarão retorno após algumas lactações. Isso significa que o objetivo do produtor não deve ser apenas criar animais produtivos, mas também longevos.


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