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Entenda a importância da taxa de prenhez nas suas decisões e lucratividade

O impacto da reprodução na produção de leite é direto e bastante conhecido: para produzir leite, a vaca precisa primeiro parir. Portanto, baixa eficiência reprodutiva significa poucas prenhezes, poucos partos, pouca produção e menor lucratividade.

Mas como mensurar a eficiência reprodutiva? Existe um índice fácil de calcular e muito eficaz: a taxa de prenhez.

O ciclo estral da vaca dura, em média, 21 dias. Isso quer dizer que, em um lote com 100% das vacas vazias e cíclicas (apresentando cios normalmente), todas elas deveriam apresentar cio e serem inseminadas em 21 dias. Portanto, a taxa de prenhez nada mais é que a porcentagem de vacas aptas a emprenhar que realmente emprenham em um período de 21 dias.

É importante destacar que a taxa de prenhez é calculada considerando apenas as vacas aptas a emprenhar. Assim, as vacas que ainda estão em período voluntário de espera não devem ser consideradas no cálculo, simplesmente porque durante este período a vaca não apresenta as condições ideias para reprodução.

Para entendermos de forma mais prática, tomemos como exemplo um rebanho com 110 vacas vazias, sendo 10 delas em período voluntário de espera. Em 21 dias foram detectadas 40 vacas em cio, as quais foram inseminadas, e 20 delas emprenharam.

Neste exemplo, a quantidade de vacas aptas à reprodução foi 100, a taxa de detecção de cio foi 40% (40 ÷ 100) e a taxa de concepção foi 50% (20 ÷ 40), ou seja, de cada duas vacas inseminadas, uma emprenhou. Já a taxa de prenhez foi 20%, e o cálculo pode ser feito de duas formas: dividindo-se a quantidade de vacas que emprenharam nos 21 dias pelo total de vacas aptas (20 ÷ 100) ou multiplicando-se a taxa de detecção de cio pela taxa de concepção (40% x 50%).

Enquanto a taxa de detecção de cio mostra a eficiência da fazenda em detectar o momento de inseminar as vacas, a taxa de concepção mostra a fertilidade do rebanho que, por sua vez, depende da fertilidade da vaca, fertilidade do sêmen e eficiência do inseminador.

É comum encontrar fazendas que medem seus resultados reprodutivos através da taxa de concepção, o que é um grande erro. Para entender, imagine uma fazenda cuja taxa de concepção é 70%, mas a taxa de detecção de cio é de apenas 10%. Neste caso, apesar de a concepção ser excelente, a taxa de prenhez será de apenas 7%, ou seja, de cada 100 vacas aptas, apenas sete emprenham. Portanto, a taxa de prenhez é o índice que realmente avalia a eficiência reprodutiva do rebanho.

Uma característica interessante da taxa de prenhez é que, através dela, conseguimos identificar se o problema maior está na detecção de cio ou na fertilidade do rebanho (concepção), e assim podemos tomar as providências mais adequadas para melhorá-la. Infelizmente, em geral ambos os índices são baixos no Brasil, piorando nos meses mais quentes do ano.
Quando estamos em busca de melhorar a taxa de prenhez, o primeiro passo é analisar onde está o maior gargalo. Se for na taxa de detecção de cio, devemos lançar mão de protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), que nos permitem inseminar as vacas em necessidade de detectar o cio. Se o gargalo for na taxa de concepção, o problema pode ser devido a fatores da vaca (problemas de saúde, nutrição e estresse), do sêmen (touro de baixa fertilidade, problemas de sêmen, manejo de botijão e descongelamento) ou do inseminador (capacitação, treinamento).

Uma das principais causas de baixa concepção em fazendas bem-manejadas são as perdas de gestação causadas por agentes infecciosos, incluindo perdas embrionárias precoces, reabsorções e abortos. Para estes problemas existem vacinas altamente eficazes que os previnem, melhorando as taxas de prenhez, a quantidade de partos e, no médio prazo, a produção de leite do rebanho.


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