Coccidiose, E Coli, Food Safety, Frangos de Corte, Postura Comercial
Coccidiose: a principal ameaça à saúde intestinal
Diversas enfermidades comuns na avicultura industrial preocupam os produtores e profissionais que atuam segmento, seja pela mortalidade, sintomatologia, perda no desempenho zootécnico, embargos comerciais ou riscos à saúde pública. No entanto, a coccidiose aviária, certamente figura entre as mais lembradas por essas pessoas, pelo simples fato de ser uma das doenças com maior impacto econômico para a cadeia avícola. Em estudo recente, publicado no Reino Unido (Blake et al, 2020), estimou-se que os custos gerados por perdas durante a produção, profilaxia e tratamento com a coccidiose sejam em torno de 10 bilhões de euros anuais.
Causada por protozoários do gênero Eimeria, parasitas intracelulares do epitélio intestinal das aves, são reconhecidas na literatura pela maioria dos autores, sete espécies com capacidade de infectar as galinhas: E. acervulina, E. brunetti, E. maxima, E. mitis, E. necatrix, E. praecox, e E. tenella, embora algumas delas apresentem pouca ou ausência de patogenicidade.
As principais espécies a campo estão citadas nas figuras abaixo, com informações acerca do local de infecção, forma e tamanho dos oocistos e classificação dos escores de lesões intestinais de acordo com o grau de severidade.
Dentre os sintomas que podem estar presentes, podemos citar: apatia, diarreia, desidratação, penas arrepiadas, presença de muco, conteúdo alaranjado ou sangue nas fezes, entre outros, além da redução da capacidade de absorver nutrientes e passagem de ração. Estes distúrbios intestinais, onde há um desequilíbrio da microbiota entérica (disbiose), têm a coccidiose com uma das principais causas, embora, em muitos casos a etiologia seja multifatorial (manejo, ambiência, fatores nutricionais, doenças concomitantes etc.).
Com a dinâmica da microbiota alterada, há uma predisposição a quadros de enterite necrótica (causada pelo Clostridium perfringens) e disbacterioses (enterite não específica) que complicam o quadro clínico das aves e comprometem ainda mais o ganho de peso, conversão alimentar e viabilidade dos lotes acometidos. No gráfico abaixo, adaptado de Kohler (2000), podemos visualizar a dinâmica natural e afetada por um quadro de disbacteriose.
O monitoramento e diagnóstico pode ser feito a campo, com necropsias regulares a fim de verificar qualquer alteração na mucosa intestinal com lesões características de cada espécie do parasita. A predileção de algumas delas por certas porções do trato gastrintestinal (E. arcevulina, no duodeno, por exemplo) auxilia na detecção da Eimeria prevalente e permite uma tomada de decisão rápida e mais assertiva. Na ocorrência de surtos de coccidiose, os medicamentos administrados para o tratamento da doença podem agir como coccidiostáticos ou coccidicida, sendo as drogas do grupo das sulfonamidas os princípios ativos de eleição.
Como citado previamente, os prejuízos causados por essa doença servem de alerta para todos os envolvidos nos processos produtivos e não devem de forma alguma ser negligenciados, sendo a limpeza e desinfecção das instalações, manejo adequado e uso racional dos anticoccidianos as principais formas de prevenção e controle a serem adotadas.
Confira os testes de sensibilidade publicados pela equipe técnica da Zoetis
AST 1
AST 2
AST 3
AST 4
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Autor:
Antônio Neto – M.V Serviços Técnicos | Zoetis – Aves
Antônio neto
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