Cães, Imunização

Giardíase/Giardiose – Tratamento

Médica-veterinária segurando cão

Infecção por Giardia spp. (Giardia duodenalis, Giardia lamblia, Giardia intestinalis) é assintomática na maioria dos hospedeiros, sejam eles humanos, animais domésticos ou silvestres.

O parasita não apresenta um padrão específico de sensibilidade antimicrobiana e, ainda hoje, não há muitos estudos publicados que tenham avaliado protocolos terapêuticos quando à dose, eficácia e toxicidade da maioria dos fármacos usualmente prescritos para o tratamento da giardiose.

O tratamento deve ser prescrito para o animal doente e a TODOS os contactantes. Os fármacos mais indicados são albendazol, fembendazol, febantel/pitantel/praziquantel, furazolidona, tinidazol, secnidazol, metronidazol e ronidazol.

Apesar de classicamente utilizado, o metronidazol é recomendado para os casos de coinfecção por Clostridium spp., pois a sua eficácia para o controle de Giardia spp. É de cerca de 62%. O tratamento não deve se estender por mais de 7 dias ou não deve utilizar doses diárias superiores a 50mg/kg, devido ao grande potencial de neurotoxicidade.

Ronidazol, por sua vez, fica indicado para gatos com infecção cocncomitante por Tritrichomonas foetus.

FÁRMACO

POSOLOGIA

Pirantel + febantel + praziquantel

56mg/kg (febantel)  SID / 5 d

Fenbendazol

50mg/kg sid / 3 - 5 dias

Albendazol

15mg/kg bid / 2 dias (cães) – 5 dias (gatos)

Metronidazol

15-25mg/kg q12-24h / 5-7 d

Furazolidona

4mg/kg bid / 7-10 dias

Secnidazol

30mg/kg EDU (dose única)

Ronidazol

30mg/kg q24h / 14 d

O ambiente deve ser tratado simultaneamente, removendo-se as fezes, lavando com água e sabão, e aplicando desinfetantes fenólicos ou amoniacais que ajam por 30 minutos nas superfícies. Vassouras de fogo e água fervente também são efetivos. A fonte de água deve ser trocada por água filtrada ou fervida.

O ciclo biológico de Giardia sp não justifica repetição do tratamento. Como a contaminação ambiental é alta, e requer alguns dias para ser sanada, a chance de reinfecção após o tratamento é grande, já que ele é curativo e não preventivo. Sugere-se, portanto, que o mesmo seja repetido após 2 ou 3 semanas.


Maria Alessandra Martins del Barrio

Maria Alessandra Martins del Barrio

Conhecida nacionalmente como Mallet, é graduada, tem residência e é mestra pela FMVZ/USP.

É professora das disciplinas de Patologia Clínica e Doenças de Pequenos Animais na Faculdade de Medicina Veterinária da PUC – Poços de Caldas / MG, além de cursos de especialização em Medicina Interna de Pequenos Animais e Medicina Felina.

É também autora de capítulos de livros de Medicina Interna de Pequenos Animais, Medicina Felina, Infectologia, Nefrologia e Parasitologia.