Cães, Imunização

Entenda como os anticorpos maternos interferem na vacinação

Os anticorpos maternos representam a principal maneira pela qual as fêmeas proporcionam proteção contra infecções aos seus filhotes. Trata-se de uma forma de imunidade passiva, ou seja, aquela em que não ocorre exposição a um patógeno para que o próprio organismo possa gerar uma resposta imune. Na dependência das características da placenta de cada espécie, pode haver maior ou menor grau de passagem dos anticorpos maternos durante a prenhez.

A absorção do colostro depende da existência de permeabilidade intestinal às moléculas de imunoglobulinas. Sendo assim, a absorção é máxima durante as primeiras 24 horas de vida, podendo se estender até cerca de 72 horas após o parto. A Tabela 1 mostra a meia-vida dos anticorpos maternos contra as principais doenças infecciosas de cães e gatos, bem como o período esperado de proteção conferida por esses anticorpos.

Tabela 1- Meias Vidas de anticorpos maternos em cães e gatos recém-nascidos1*
Doença
Meia-vida
(dias)
Duração da proteção conta a doença
(semanas)
Cinomose
8,4
9-12
Parvovirose
9,7
10-14
Hepatite Infecciosa Canina
8,4
9-12
Panleucopenia
9,5
8-14
Leucemia viral felina
15
6-8
Infecção pelo
herpesvírus felino I
18,5
6-8
Calicivirose
15
10-14
Infecção pelo
coronavírus felino
7
4-6
Imunodeficiência
felina
12,5
12

Os anticorpos maternos sofrem declínio após o parto e, em certo ponto, atingem níveis considerados não protetores. Porém, durante certo período da vida do filhote, esses níveis não protetores ainda assim podem interferir com a resposta à vacinação. O período da vida em que os níveis de anticorpos maternos estão abaixo do nível protetor, mas acima de um nível de interferência com a vacinação, é chamado de janela de suscetibilidade imunológica.

Evidentemente, como a proteção conferida pelos anticorpos maternos é específica para cada doença, o período de janela de suscetibilidade também varia conforme a enfermidade, podendo situar-se, de forma geral, entre 8 a 12 semanas de vida. Durante o período de janela imunológica, os filhotes, apesar de vacinados, são suscetíveis às doenças, o que deve motivar medidas para prevenir a exposição aos agentes infecciosos.

Os anticorpos maternos podem interferir com a vacinação por exercer um efeito negativo sobre a produção de anticorpos pelos filhotes, inibir a multiplicação de agentes vacinais vivos atenuados e neutralizar antígenos vacinais.4,5 Uma das estratégias para amenizar o efeito dos anticorpos maternos sobre a vacinação é o uso de vacinas com alta massa antigênica e baixa passagem de atenuação. Grandes quantidades de antígeno são capazes de “neutralizar” o efeito dos anticorpos maternos, ao mesmo tempo em que estimulam a resposta imunológica (Figura 1). Por outro lado, a baixa passagem assegura estimulação adequada pelo vírus vacinal, sem comprometimento da segurança.Figura 1 – A influência das vacinas com alta massa antigênica sobre os anticorpos maternos contra o parvovírus canino. A – vacina com massa antigênica normal: os anticorpos maternos neutralizam totalmente os antígenos vacinais, restando anticorpos para interferir com a próxima dose de vacina. B – vacina com alta massa antigênica sob o mesmo nível de anticorpos maternos de A: os anticorpos conseguem neutralizar parte dos antígenos vacinais, porém ainda restam antígenos livres para imunizar.

Figura 1 – A influência das vacinas com alta massa antigênica sobre os anticorpos maternos contra o parvovírus canino. A – vacina com massa antigênica normal: os anticorpos maternos neutralizam totalmente os antígenos vacinais, restando anticorpos para interferir com a próxima dose de vacina. B – vacina com alta massa antigênica sob o mesmo nível de anticorpos maternos de A: os anticorpos conseguem neutralizar parte dos antígenos vacinais, porém ainda restam antígenos livres para imunizar.

Vanguard® Plus e Vanguard® HTLP empregam a tecnologia de alta massa e baixa passagem para a fração do parvovírus canino (HTLP – high titer and low passage). Com o uso desta tecnologia nas vacinas, consegue-se reduzir a janela de suscetibilidade para o parvovírus canino a no máximo 2 semanas1 , o que resulta em menor risco de infecção. Outro benefício relacionado ao uso da tecnologia refere-se às taxas de soro conversão em filhotes primovacinados. Consegue-se efetivamente imunizar filhotes contra o parvovírus mais rapidamente, mesmo na presença de anticorpos maternos. A Figura 2 ilustra esse fato.

Figura 2 – Porcentagem de soro conversão para o parvovírus canino com Vanguard®* ao longo do momento de vacinação.

Figura 2 – Porcentagem de soro conversão para o parvovírus canino com Vanguard®* ao longo do momento de vacinação.
*Vanguard®* Plus e Vanguard®* HTLP contêm a mesma cepa NL 35 D de parvovírus canino.


As vacinas da linha Vanguard® empregam a tecnologia HTLP para o parvovírus canino, reduzindo o período de janela de suscetibilidade imunológica e assegurando proteção mais rápida, mesmo na presença de anticorpos maternos.

Atenção: O conteúdo deste site é destinado exclusivamente a médicos-veterinários, profissionais qualificados para avaliar e atestar a saúde de cães e gatos durante o processo de imunização. Se você não é um médico-veterinário, procure as informações com o profissional de sua confiança.
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