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Saiba do que as vacinas de metapneumovírus precisam para garantir a segurança das aves

O desenvolvimento de um novo produto biológico se inicia com uma extensa revisão da literatura científica e dos recursos tecnológicos e industriais disponíveis. Após a aprovação dos estudos de viabilidade técnica e econômica, o projeto entra em fase de execução. Seja na hora dos estudos ou na hora de execução, analisar o que é necessário para as vacinas garantirem a segurança é essencial.

Na maioria das vacinas, o microrganismo original é isolado a partir de um caso de campo e passa por diversos processos laboratoriais (como a atenuação por passagens consecutivas sobre ovos embrionados ou culturas de tecidos, ou mesmo por manipulação genética), visando remover sua patogenicidade, preservando, porém, sua capacidade imunogênica.

Essa é a fase do processo de fabricação do Vírus-Semente (MSV – “Master Seed Virus”), que é realizada dentro dos departamentos de pesquisa dos laboratórios ou mesmo em universidades. Tais “sementes” apresentam características próprias e são fundamentais para o desenvolvimento de uma vacina. É possível afirmar que a relação entre título de vacina e proteção conferida por essa é única e especial para cada “semente”, além de particular ao laboratório produtor da vacina.

As “sementes” das vacinas vivas virais podem ter uma mesma origem, mas são desenvolvidas pela pesquisa dos laboratórios produtores de biológicos e se transformam em diferentes produtos finais. As “sementes” são desenvolvidas para serem usadas como fonte comum para as séries de vacinas comerciais. Antes de se tornar uma “semente”, o vírus original passa por uma variedade de manipulações ou processo laboratoriais, como a atenuação por passagens através do embrião de galinha ou de cultura de tecidos. Esse tipo de procedimento laboratorial muda as características do vírus, e cada laboratório pode variar o número de passagens e obter vírus específicos ao próprio laboratório, com diferentes características, tais como afinidade por cultura de tecidos, velocidade de replicação e imunogenicidade sem patogenicidade.

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Todo vírus é um microrganismo intracelular obrigatório. Dessa forma, ele precisa da célula do hospedeiro para multiplicar e se manter viável. Por isso, a produção das vacinas virais é realizada sempre em um substrato vivo, que, normalmente, é o embrião de galinha ou cultura celular. Sabe-se que quanto maior for a adaptação de um vírus ao seu hospedeiro laboratorial (“in vitro”), mais facilmente ocorre a sua replicação, aumentando o rendimento da cultura.

Saiba do que as vacinas de metapneumovírus precisam para garantir a segurança das aves

Um bom exemplo são as placas induzidas pelo vírus “semente” Marek, que aumentam não só em número, mas também em tamanho, na medida em que se aumenta o número de passagens do vírus sobre os cultivos celulares. A adaptação do MSV ao substrato favorece, portanto, a obtenção de vacinas com títulos mais altos.

Por outro lado, pode levar a atenuação excessiva do antígeno, resultando em ineficiência da vacina devido à perda de infectividade ou alteração de suas propriedades antigênicas. É por esta razão que os laboratórios mantêm um rigoroso controle do número de passagens a que são submetidas as sementes virais.

Após sofrer um número predeterminado de passagens, o MSV é amplificado para a produção das Sementes de Trabalho (WSV – “Working Seed Virus”). Os lotes comerciais são sempre produzidos a partir do WSV, novamente respeitando-se um número máximo de preestabelecido de passagens.

No caso específico das vacinas contra o metapneumovírus aviário, uma característica muito importante é o fato de a vacina apresentar um baixo nível de reatividade (segurança). Isso permite que a vacina seja utilizada em frangos ou em perus desde o primeiro dia de vida. Ou mesmo, possa ser usada em aves em fase de produção de ovos, sem que haja qualquer efeito colateral como queda na produção. Esses aspectos são únicos e exclusivos de cada produto e têm relação com o processo de atenuação da cepa original.

Portanto, as vacinas de metapneumovírus das aves devem ser seguras e pouco reativas para garantir a segurança para as aves. Porém, o nível de reatividade de cada vacina é diferente e tem relação com o seu processo de desenvolvimento e fabricação. Por isso, todo cuidado é necessário para ser levado em conta dos estudos até a prática.

Autor:
Eduardo Muniz – Médico-Veterinário | Me. | Dr. | Gerente de Serviços Técnicos e Outcomes Research – Aves

Eduardo Muniz

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