Biosseguridade, Frangos de Corte, Outras doenças, Postura Comercial, Reprodutoras

Mycoplasma synoviae: aspectos de relevância deste microrganismo para a avicultura industrial

Descrita pela primeira vez, em 1954, nos Estados Unidos, a infecção por Mycoplasma synoviae tem sua importância relativizada até hoje, em grande parte porque a maioria dos surtos da doença não apresenta sinais clínicos evidentes. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por exemplo, não impõe medidas tão rigorosas de controle como para o Mycoplasma gallisepticum.

A infecção das aves por MS pode ocorrer de forma horizontal ou vertical. A inalação de aerossóis ou o contato direto com equipamentos contaminados, fômites, aves infectadas ou até mesmo o próprio homem, são as principais formas de transmissão horizontal. Verticalmente, a transmissão é possível por meio de reprodutoras contaminadas transmitindo o agente à progênie.

O Mycoplasma synoviae é altamente infectivo e pode se disseminar pelo plantel rapidamente. Entretanto, a patogenicidade irá depender da estirpe envolvida, podendo haver casos de comprometimento respiratório (aerossaculite) ou locomotor (tenossinovite), embora o mais comum seja a ausência de manifestação de sinais clínicos. Muitas das perdas de produtividade decorrerão das infecções secundárias, sendo a E. coli o principal agente envolvido.

A gravidade da doença é maior em aves jovens, de 4 a 12 semanas de idade, e galinhas e perus são as espécies acometidas de maior relevância econômica. Falhas na biosseguridade, doenças imunossupressoras, proximidade com aves de fundo de quintal, altas densidades e aves com idades múltiplas no mesmo local de criação são fatores predisponentes para o surgimento e permanência do MS.

As lesões no sistema locomotor, classicamente conhecidas como sinovite infecciosa, são evidentes em aves infectadas com o Mycoplasma synoviae. Os edemas articulares deprimem as aves acometidas, levando à claudicação e prejudicando o crescimento e desempenho zootécnico. Pode-se observar nas figuras abaixo, o inchaço da articulação tíbio-tarsial (figura 1) decorrente do acúmulo de exsudato (figura 2).

Sabe-se também que a infecção por MS repercute negativamente na produção de ovos, podendo haver uma queda de 5 a 10% na postura, assim como na qualidade de casca, como pode ser visto nas figuras 3 e 4. Essas anormalidades são resultantes de aves infectadas por cepas com tropismo pelo oviduto. Nesse caso, os ovos apresentam defeitos no seu ápice (extremidade mais pontiaguda) que fica mais poroso e com a casca mais fina. Em aves reprodutoras, os prejuízos são vistos na diminuição da taxa de eclosão e se estendem à progênie, onde se observa um aumento na mortalidade embrionária e de aves refugos ao nascimento. Quadros de doença respiratória como aerossaculites podem ser verificados e repercutem no abate em função do aumento das condenações. A morbidade é alta, mas um aumento na mortalidade dos lotes nem sempre é possível de se verificar.

 

 

O tratamento da tenossinovite tem maior eficácia no início dos sintomas, pois uma vez instalada a doença, o fármaco tem dificuldade de alcançar e agir nas membranas sinoviais. As principais drogas utilizadas são à base de lincomicina-espectinomicina, clortetraciclina, tilosina, tiamulina, entre outros.

Atualmente, no mercado brasileiro, os imunizantes disponíveis são vacinas vivas atenuadas contendo a cepa MS-H.

Considerando que uma das principais formas de transmissão da doença é via ovo, a forma mais eficaz de eliminar o agente seria o descarte dos lotes positivos e alojamento sucessivo de aves livres. Entretanto, essa prática não é rotina em granjas de reprodutoras, ao contrário do que acontece quando o agente é o MG. Em suma, medidas de biosseguridade efetivas são um dos pilares para manutenção de granjas livres do MS.

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Autor:

Antônio NetoM.V Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Antonio Neto

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