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Mycoplasma gallisepticum: quais os impactos, como diagnosticar e proteger seu plantel?

Foi no final do século XIX, em 1898, na França, que Nocard & Roux isolaram a primeira espécie de micoplasma a partir de material pulmonar de bovinos acometidos por pleuropneumonia. Desde que foi descrita pela primeira vez no Brasil, em 1956, o que se sabe é que esse patógeno está distribuído em todo o território nacional, principalmente em plantéis de reprodutoras pesadas e postura comercial.

Os micoplasmas são os menores seres procariontes conhecidos, medindo aproximadamente 0,2 µm, tamanho que se assemelha ao dos maiores vírus. A ausência de parede celular é uma das características desses microrganismos que os difere das bactérias e os torna resistentes a antibióticos que atuam no bloqueio da síntese da parede celular das bactérias, caso dos ß-lactâmicos.

O Mycoplasma gallisepticum, entre os micoplasmas que infectam as aves, é certamente o de maior destaque devido aos prejuízos econômicos que gera, seja de forma direta (mortalidade, condenações, perda de desempenho, custos com tratamentos) ou indireta (impedimento da comercialização de aves positivas).

Os quadros de infecção por MG no trato respiratório superior são de curso lento e recebem o nome de Doença Respiratória Crônica (DRC). Espirros, estertores, lacrimejamento, descarga nasal, conjuntivite são alguns dos sintomas observados em nesse cenário (figuras 1 e 2). Quando há envolvimento de agentes secundários (E. coli, por exemplo), a deposição de fibrina e espessamento dos sacos aéreos se torna um achado comum.

 

Para efeito de diagnóstico, devem ser levados em consideração o histórico da unidade e análise dos parâmetros de produção (diagnóstico epidemiológico), assim como a observação de lesões e sintomas sugestivos (diagnóstico clínico). A confirmação se dá por meio de exames laboratoriais, através de provas moleculares (PCR), isolamento do agente e testes sorológicos como, Soroaglutinação Rápida (SAR), Soroaglutinação lenta (SAL), Inibição da Hemaglutinação (HI) e ELISA. O diagnóstico diferencial deve ser feito tanto de doenças virais, como a influenza aviária, doença de Newcastle e laringotraqueíte, quanto de afecções bacterianas causadas por Avibacterium paragallinarum, Mycoplasma synoviae, Pasteurela multocida.        

O tratamento nem sempre é eficaz, principalmente quando há infecções secundárias. A eliminação do agente do organismo do hospedeiro não é completa, portanto, mesmo com a regressão dos sinais clínicos, melhora do desempenho zootécnico, do quadro de mortalidade e diminuição da transmissão transovariana, sempre teremos indivíduos portadores com a possibilidade de recidiva da doença. Segundo legislação, as aves reprodutoras positivas devem ser sacrificadas. Por conseguinte, biosseguridade é pedra fundamental para o controle e prevenção do MG.

Atualmente, existem no mercado diferentes vacinas de MG, vivas ou inativadas, que se diferenciam pelas características das cepas e vias de aplicação. A vacinação é comum nas granjas de poedeiras comerciais, mas não deve ser feita em reprodutoras por interferir no monitoramento da doença. As vacinas vivas disponíveis podem conter as seguintes cepas: MG-F, TS-11, 6/85 e MG-70 as quais diferem em patogenicidade e disseminação. As bacterinas têm recomendação de uso em várias situações, pois não interferem no diagnóstico, aumentam a produção e persistência de anticorpos, não apresentam risco de reversão de virulência e ajudam no ganho de ovos produzidos por ave alojada.

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Autor:

Antônio NetoM.V Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Antonio Neto

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