Adenovírus em aves: classificação taxonômica e entendimento da diversidade genética

Diagnóstico Molecular

Os casos suspeitos de Aviadenovirus (FAdV), mais comumente chamado de adenovírus aviário, têm aumentado nos plantéis de aves industriais brasileiras. Nesse contexto, o diagnóstico molecular contribui significativamente para a identificação do agente e também para o entendimento da sua diversidade genética.

A reação em cadeia da polimerase (PCR) permite a amplificação específica do gene hexon de FAdV. O sequenciamento pode ser usado após para diferenciar as espécies de A a E e para estabelecer genótipos dentro das espécies.

Os espécimes clínicos sugeridos são: fígado, fezes, suabe de cloaca e gônadas. Acrescente outros órgãos em caso de lesões suspeitas, como moela, pâncreas e proventrículo.

Visão abrangente da Família Adenoviridae - membros que infectam aves
Na família ADENOVIRIDAE há três gêneros que infectam aves: Aviadenovirus (denominado anteriormente Grupo I),
Siadenovirus (anteriormente Grupo II) e
Atadenovírus (anteriormente Grupo III).
Nesta nomenclatura, propomos combinar o gênero + espécie + sorotipo (que é igual ao genótipo), como no exemplo ao lado:

Gênero Aviadenovirus - abreviatura com sorotipo=genótipo ([cepas / isolados]

Adenovírus A aviário - Sorotipo 1

FAdV‐A1 - Adenovírus de Galinha 1 - [112, CELO, Phelps, QBV, OTE, H1, Fontes, PLA2]

Adenovírus B aviário - Sorotipo 5

FAdV-B5 - Adenovírus de Galinha 5 - [340, M2, Tipton, TR22]

Adenovírus C aviário - Sorotipos 4 e 10

FAdV‐C4 - Adenovírus de Galinha 4 - [341, 506, Da60, H2, J2, K31, K1013, KR5]
FAdV‐C10 - Adenovírus de Galinha 10 - [C-2B, CFA20, M11, SA2]

Adenovírus D aviário - Sorotipos 2, 3, 9 e 11
FAdV-D2 - Adenovírus aviário 2 [685, GAL ‐ 1, H3, IDA1, P7, SR48]
FAdV-D3 - Adenovírus aviário 3 [75, H5, SR49]
FAdV-D9 - Adenovírus aviário 9 [93, A2]
FAdV-D11 - Adenovírus aviário 11 [161, 380, UF71]

Adenovírus E aviário - Sorotipos 6, 7, 8a, 8b
FAdV-E6 - Adenovírus aviário 6 [168, CR-119, WDA6]
FAdV-E7 - Adenovírus aviário 7 [122, X11, YR36]
FAdV-E8a - Adenovírus aviário 8a [58, T8, TR59]
FAdV-E8b - Adenovírus aviário 8b [764, B3, CFA3]

Outros Adenovírus aviários
DAdV‐B - Adenovírus B de pato [GR]
FaAdV‐1 - Adenovírus A de falcão
GoAdV‐1 - Adenovírus de ganso A [P29, N1, 569]
PiAdV‐1 - Adenovírus de pombo [IDA4, IDA5]
TAdV-1, TAdV-2 - Adenovírus B de peru [D90 / 2, T2]

Gênero Atadenovírus

DAdV‐1 - Adenovírus A de pato (síndrome da queda de postura) [127, AAV ‐ 2]

Gênero Siadenovirus

RAdV‐1 - Adenovírus A de aves de rapina
TAdV-3 - Adenovírus de perus [vírus da doença do baço de mármore, adenovírus da esplenomegalia, vírus da enterite hemorrágica de perus]

Vejam abaixo um exemplo de análise por árvore filogenética identificando dois tipos isolados de FAdV-D (ID 4359 e ID 4360) de aves industriais brasileiras. A amplificação específica do gene hexon de FAdV determinou que os isolados têm alta similaridade genética pertencendo ao mesmo genótipo dentro da espécie D.

árvore filogenética foi gerada pelo método Clustal V

Obs.: a árvore filogenética foi gerada pelo método Clustal V

Este nível de informação presente na árvore filogenética contribui para o entendimento do tipo de agente envolvido e ajuda a fazer a rastreabilidade da contaminação.

Autor:

André Fonseca– Diretor executivo da SIMBIOS biotecnologia.