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O impacto da enterite necrótica na avicultura moderna

A enterite necrótica foi reconhecida pela primeira vez como uma patologia de importância para a avicultura há cerca de 60 anos. Por muito tempo, foi uma doença fortuita, de menor importância econômica. Contudo, nos dias de hoje, ela tem sido considerada uma das enfermidades emergentes mais ameaçadoras na indústria, principalmente em frangos de corte.

Em 1961, Parish descreveu pela primeira vez o Clostridium welchii, hoje chamado de Clostridium perfringens, agente causador da enterite necrótica. Essa doença, conhecida por afetar frangos de corte, galinhas poedeiras, perus e codornas, apenas para citar algumas aves de relevância comercial, apresenta-se como uma enterotoxemia aguda, não contagiosa, causada pelas toxinas liberadas por esse Clostridium.

Clostridium perfringens

A doença pode se apresentar como uma infecção subclínica (crônica), com necrose intestinal focal, quadros diarreicos e acometimento hepático, bem como na forma clássica (aguda), onde há uma enterite necrosante e quadros de mortalidade. As formas leves e subclínicas da infecção são as que mais têm aumentado em incidência. Além disso, as enterites bacterianas vêm deixando de ser reconhecidas somente como uma invasão por organismos patogênicos propriamente ditos. Hoje são consideradas um processo que, em resposta às mudanças impostas por diversas causas multifatoriais, faz com que a população bacteriana intestinal sofra ao longo do tempo. Essas mudanças nas populações bacterianas entéricas são chamadas de disbacterioses e advêm de diversos fatores, tais como: nutrição dieta), infecções concomitantes nas quais a coccidiose tem papel importante, qualidade da cama dos aviários, manejo inadequado, entre outros. Além do que foi citado anteriormente, a gravidade dos surtos também depende da virulência da cepa, suscetibilidade do hospedeiro, estado imunológico e dose infectiva.

Durante anos, o impacto econômico causado pela enterite necrótica foi subestimado. No início dos anos 2000, os produtores calculavam esse prejuízo em US$ 0,05/ave, ocasionando assim uma perda em escala mundial de cerca de US$ 2 bilhões. Entretanto, esses valores foram atualizados, já que consideravam apenas as aves que apresentavam sintomatologia clínica e as que morriam em decorrência da infecção. Na verdade, os prejuízos mais impactantes são causados pelos casos em que enterite necrótica tem apresentação subclínica. Nos últimos vinte anos, a partir da consideração desse fato, a produção avícola mais que dobrou. Dados precisos são difíceis de se obter justamente por conta da forma subclínica crônica da doença. Entretanto, os estudiosos supõem que seja seguro afirmar que os prejuízos anuais fiquem em torno de U$ 5 a 6 bilhões, a um custo estimado de U$ 0,0625/ave.

U$ 5 a 6 bilhões, a um custo estimado de U$ 0,0625/ave.

A ocorrência de enterite necrótica tem crescido muito com o passar dos anos em todo o mundo. Muito disso tem sido atrelado às novas exigências internacionais de criação de aves, sem o uso de antibióticos, mais especificamente, antibióticos como promotores de crescimento (AGP). Esse aumento na incidência de enterite necrótica se reflete, por exemplo, na quantidade de trabalhos científicos publicados envolvendo essa enfermidade. Segundo alguns pesquisadores, nos últimos 15 anos, houve um aumento de praticamente 10 vezes em publicações que têm como objeto de estudo o Clostridium perfringens, e os números seguem crescendo anualmente.

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Autor:

Antônio NetoM.V Serviços Técnicos  | Zoetis – Aves

Antonio Neto

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