Frangos de Corte, Postura Comercial, Reovírus

Qual o panorama atual do reovírus no Brasil?

Embora já tenham sido encontrados reovírus em diferentes espécies de aves, galinhas e perus são os únicos hospedeiros naturais ou experimentais que manifestam artrite infecciosa pelo reovírus.

O reovírus aviário (ARV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1975, em casos de artrite em galinhas de postura e frangos de corte. Porém, apesar de muitos isolados de ARV serem provenientes de aves com alguma condição patológica, eles também podem ser isolados de aves saudáveis.

De modo geral, existem poucos estudos epidemiológicos de Reovírus no Brasil, sendo alguns deles menos recentes e com resultados bastante variados. Em um levantamento no Rio Grande do Sul (2008) (60 propriedades de 22 municípios), em aves de fundo de quintal, não vacinadas, foi detectado sorologia positiva em 21,6% das amostras, e 88,3% de propriedades foram positivas para ARV.

Outro levantamento epidemiológico realizado em Minas Gerais, em amostras fecais de aves saudáveis e com sintomatologia (claudicação e baixo desempenho), identificou 5,6% de positividade para ARV em 2012. Em 2013, no estado de Santa Catarina, amostras teciduais de aves provenientes de granjas comerciais, com sinais de tenossinovite e não vacinadas, apresentaram o ARV em 25,5% das aves.

Em um estudo recente (2018), Souza e colaboradores isolaram e fizeram genotipagem de amostras provenientes de um quadro severo de tenossinovite em um lote de frangos de corte no Brasil. Ao exame histológico, foi possível observar necrose e infiltração inflamatória mista em tecido subcutâneo e bainha dos tendões. Em todas as 5 amostras suspeitas, foi possível detectar a presença do ARV por PCR. Na análise genotípica, foi possível classifica-las nos grupos II (4 amostras) e V (1 amostra). As amostras classificadas no grupo II foram similares a amostras descritas em isolados no Canadá e EUA, enquanto que a amostra do grupo V foi similar às sequência do ARV encontrado na Alemanha, Israel e EUA. O mais interessante é que essas amostras foram diferentes do grupo I, onde se encontram as cepas presentes em todas as vacinas comerciais disponíveis atualmente.

A estratégia de utilizar mais do que uma estirpe vacinal também pode contribuir para aumentar a abrangência de proteção frente aos desafios de campo. Estudos demonstram que as variantes emergentes de ARV associadas à artrite viral / tenossinovite estão evoluindo e podem evadir a imunidade induzida por cepas de vacinas comerciais. Portanto, o desenvolvimento de novas vacinas adaptadas às cepas variantes patogênicas emergentes de ARV podem ser uma alternativa para minimizar as perdas econômicas na indústria de frangos de corte. Estudos adicionais, como sequenciamento e caracterização completos do genoma e determinação do mecanismo de patogenicidade, são necessários para obter melhores insights sobre as cepas circulantes dos ARVs, a fim de desenvolver estratégias eficientes de proteção à doença.

Imagem da árvore filogenética do ARV com base na variabilidade da sequência C do Sigma. 
As cepas de vírus agruparam-se em 6 grupos de genotipagem (codificados por cores). 
Nossos isolados são identificados pelo ReoBR. A árvore foi construída pelo método de união de vizinhos com o modelo de distância genética Jukes-Cantor.

Imagem da árvore filogenética do ARV com base na variabilidade da sequência C do Sigma. As cepas de vírus agruparam-se em 6 grupos de genotipagem (codificados por cores). Nossos isolados são identificados pelo ReoBR. A árvore foi construída pelo método de união de vizinhos com o modelo de distância genética Jukes-Cantor.

Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0032579119304535?via%3Dihub

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Autor:

Antonio Kraieski – Médico-Veterinário | Msc. | Serviços técnicos – Aves

Antonio Kraieski

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