Biosseguridade, Frangos de Corte, Outras doenças, Postura Comercial, SAÚDE RESPIRATÓRIA

O que já fazemos há décadas para proteger nossas aves do “velho coronavírus das aves”?

A Bronquite Infecciosa das Galinhas (BIG) tem como agente etiológico um RNAvírus, que pertence à família Coronaviridae, do gênero Coronavirus e grupo Gamacoronavírus, e pode ser definida como sendo uma doença viral altamente contagiosa e de curto período de incubação. Essa é uma das várias informações que se tem sobre a doença e o que se faz para preveni-la até os dias de hoje.

Sabe-se também que a BIG acomete aves da espécie Gallus gallus, causando uma doença com sinais clínicos e lesões predominantemente do trato respiratório, caracterizados principalmente por espirros e estertores tráqueo-bronquiolares, conjuntivite, sinusite. Às vezes, na dependência especialmente da virulência e do patotipo da estirpe do VBI envolvida, podem surgir alterações patológicas de nefrite, nefrose, epididimite e ovário-salpingite.

O vírus da BIG é, talvez, o vírus que se dissemina mais rapidamente entre as aves, não necessitando de vetores para sua transmissão e dando-se de ave doente à ave sadia, por contato direto ou indireto, em qualquer estágio respiratório. O local primário de replicação, independente da cepa, é no tecido epitelial do trato respiratório superior. Em geral, os portadores podem transmitir o vírus até dois meses depois da infecção inicial e as aves recuperadas da infecção permanecem suscetíveis à outra infecção por outro sorotipo. Essa transmissão é facilitada pelo fato de a produção avícola ser realizada com animais em alta densidade populacional. A concentração de animais nas granjas é uma condição que faz parte da avicultura industrial.

Além disso, a transmissão se dá via aerossol: pelo trato respiratório por quatro semanas em média; pelas fezes: por muitas semanas, sendo que dentro de um lote a transmissão leva de 18 a 96 horas. A transmissão de ave para ave é tão rápida que, após de 18 a 36 horas, já existem sinais respiratórios nas aves. Gotículas contaminadas pelo vírus e eliminadas pelos animais doentes são a principal forma de disseminação no ambiente.

Os testes de diagnóstico direto são realizados por meio de microscopia eletrônica e provas de imunofluorescência, em que se observa o vírus em tecidos infectados. Já os de diagnóstico indireto são o isolamento viral, inoculação em ovos embrionados, cultivo celular, ensaio molecular (PCR), vírusneutralização e sorologia por ELISA, soroneutralização, inibição da hemaglutinação, AGP e ELISA de captura com Ac monoclonais. Para se ter ideia, testes de biologia molecular, com sequenciamento dos isolados, têm sido amplamente utilizados para estudos epidemiológicos e diagnóstico do VBI (Vírus de Bronquite Infecciosa) no Brasil e no mundo.

Outro ponto são os mecanismos de imunidade humoral e celular, que quando ativados ou produzidos junto à mucosa do trato respiratório após a vacinação, são essenciais para a restrição da atividade de replicação do VBI. Tais respostas contribuem para a eliminação deste patógeno, bem como para a resolução do processo infeccioso.

No aspecto de manejo, como a principal via de transmissão é a via aérea e o vírus se espalha rapidamente dentro do lote, podemos tentar impedir a transmissão para outros galpões por meio do controle do fluxo de pessoas, banho, troca de roupa, além de impedir o acesso de veículos de ração, ovos de área não infectada para áreas infectadas. Isto á válido para outras granjas próximas também. No caso de granjas de múltipla idade, em algumas áreas intensamente povoadas, esse trabalho de manejo para impedir a transmissão fica quase impossível, dada a característica de alta disseminação desse vírus.

Assim, tais informações são conhecimentos e experiências que podem e servem de base para outras situações similares. Os modos de prevenção, por exemplo, são muito parecidos, independentemente da doença. Medidas como vacinação, controle do fluxo de pessoas e boas práticas de higiene são alternativas encontradas e, muitas vezes, eficazes de fato que contribuem bastante no combate a variadas enfermidades.

Verifique nossa linha de produtos contra o “velho Coronavírus das aves”

Autor:
Eduardo Muniz - Médico Veterinário | Me. | Dr. | Gerente de Serviços Técnicos e Outcomes Research  – Aves 

Eduardo Muniz

Eduardo Muniz

PRECISA DE MAIS INFORMAÇÕES A RESPEITO DESSE TEMA?

Fale com a nossa equipe técnica!