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O que são PFUs?

A potência das vacinas de Marek é medida através de titulação, cuja unidade de medida é expressa em PFUs (Unidades Formadoras de Placas). No Brasil, de acordo com a legislação vigente, nos estabelecimentos incubatórios de reprodução, a vacinação é obrigatória contra a doença de Marek antes da expedição das aves de um dia, com títulos mínimos preconizados de 1500 PFUs/dose, em 0,2 ml de diluente (via subcutânea) ou 0,05 ml (via in ovo).

Durante o processo de produção das vacinas, a atenuação da cepa original é obtida através de “passagens” seriadas do vírus de campo em cultivos celulares como, por exemplo, fibroblastos de embriões, com o objetivo de reduzir a sua patogenicidade. Ou seja, vacinas de “alta passagem” possuem ao mesmo tempo maior atenuação do vírus vacinal e menor capacidade de infectar as aves (hospedeiro natural), consequentemente, sua capacidade de disseminação é limitada. Por essa razão, vacinas de “alta passagem” são especialmente dependentes de altos títulos para serem protetivas e não devem ser utilizadas em procedimentos de diluição de dose.

Os altos títulos das vacinas comerciais, entretanto, levaram muitas empresas avícolas a diluir a vacina para reduzir o custo da vacinação. O efeito negativo da diluição excessiva das vacinas pode afetar não apenas a proteção contra a doença, mas também outros parâmetros de produção.

De acordo com o trabalho publicado por Gimeno et al. (2016), no qual foram avaliados 4 diferentes fornecedores de vacinas para Marek, sendo uma vacina viva convencional (vacina A) e 3 diferentes vacinas vetorizadas (vacinas B, C e D), além de um grupo controle não vacinado, observa-se que a quantidade de PFUs orientada pelo fabricante é diferente entre os fornecedores, conforme tabela abaixo:

PFUs orientados pelo fabricante das vacinas:
HVT A 3.170
rHVT B 2.426
rHVT C 3.010
rHVT D 4.170
Não vacinado -

Objetivando avaliar a replicação da estirpe HVT em aves de sete dias de idade, através de metodologia de RT-PCR, o estudo padronizou para todas as quatro vacinas a dosagem de 1500 PFUs na aplicação in ovo, sendo que os resultados do estudo estão descritos abaixo:

Gráfico 1 – Replicação de HVT de vacinas de diferentes fornecedores em frangos de corte, aplicadas in ovo utilizando uma dosagem padronizada de 1500 PFUs:

Importante considerar que a vacina rHVT D, que possuía a orientação do fabricante de utilização com maiores PFUs (4170), foi a que teve menor replicação ao ser diluída para 1500 PFUs. Esse trabalho reforça a preocupação com o fato de atualmente muitas empresas diluírem excessivamente vacinas de Marek, buscando minimizar o custo da vacinação e abrindo portas para falhas na proteção contra a doença.

Outro fator importante é que atualmente as vacinas vetorizadas (constituídas por vírus não patogênicos atenuados, denominados de vetores, com capacidade de transportar parte do material genético de outro(s) vírus em sua estrutura) vêm ganhando espaço nos programas vacinais. Considerando o estudo acima, percebe-se que a diluição excessiva e a não utilização da quantidade de PFUs orientada pelas fabricantes das vacinas vetorizadas poderão prejudicar a replicação do vírus de Marek e a replicação da proteína viral de outro vírus adicionada ao vetor, predispondo as aves a desafios sanitários a campo.

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https://www.zoetis.com.br/produtos-e-servicos/aves/poulvac-ovoline-cvi-hvt.aspx

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Autor:

Josias Rodrigo Vogt – Assistente Técnico | Zoetis – Aves

Josias Rodrigo Vogt

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